CIDADE DO MÉXICO - O novo presidente eleito do México, Andrés Manuel López Obrador, disse que conversou com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta segunda-feira, 2, e propôs "reduzir a migração e melhorar a segurança". "Recebi um telefonema de Donald Trump e conversamos por meia hora. Propus explorar um acordo integral, de projetos de desenvolvimento que gerem empregos no México e, com isso, reduzam a migração e melhorem a segurança. Houve tratamento respeitoso e nossos representantes vão dialogar", disse López Obrador pelo Twitter.
A manutenção de boas relações com os EUA é um dos objetivos do novo governo mexicano, segundo o novo presidente em seu discurso de vitória. López Obrador afirmou que vai buscar a permanência do México no Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta), com EUA e Canadá, e respeita a atual equipe que renegocia o documento. Trump também felicitou López Obrador por meio de um tuíte no qual disse estar "ansioso para trabalhar" com ele e destacando que "há muito por fazer para beneficiar os EUA e o México".
O presidente americano afirmou a jornalistas na Casa Branca que manteve uma excelente conversa com o presidente eleito do México e antecipou que terá uma relação muito boa com ele, incluindo na cooperação em temas migratórios. "Acho que a relação vai ser muito boa. Tivemos uma ótima conversa. Acho que vai tentar nos ajudar com a fronteira", acrescentou.
Em sua primeira fala pública após a vitória, López Obrador destacou que seu governo vai representar todas as pessoas, tanto ricos como pobres, mas que vai dar preferência aos "mais humildes e esquecidos, especialmente os povos indígenas" do país. Tanto no discurso como em entrevistas para as redes de TV locais, ele tentou assegurar aos investidores seu compromisso com políticas econômicas prudentes e com a independência do Banco Central.O novo presidente, cujo mandato começa em 1º de dezembro, passou grande parte do discurso tentando tranquilizar aqueles que temiam sua candidatura, principalmente os empresários. "Esse novo projeto nacional buscará estabelecer uma democracia autêntica e não pretendemos estabelecer uma ditadura", ressaltou. "As mudanças serão profundas, mas de acordo com a ordem estabelecida."
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López Obrador reiterou seu compromisso com as negociações do Nafta em entrevista ao canal Milenio TV. "Nós vamos acompanhar o atual governo nessa negociação, vamos ser muito respeitosos e vamos apoiar a assinatura do acordo", disse o presidente eleito, acrescentando que o objetivo é que o tratado seja bom para o México.
Ele sublinhou que buscará um diálogo franco e relações amigáveis com os EUA. Trump tem sido abertamente contrário ao México em questões comerciais e de imigração desde sua própria campanha presidencial, em 2016. As atuais negociações do Nafta começaram no ano passado, depois que Trump pediu que o acordo fosse revisado para beneficiar mais os interesses de Washington.
Embora os dois líderes tenham se comunicado, a assessora da Casa Branca, Kellyanne Conway, reiterou a promessa de campanha de Trump para a construção de um muro entre os dois países. "No caso do México, obviamente nós compartilhamos uma fronteira com eles e esse presidente (Trump) tem sido muito claro sobre construir um muro e fazer o México pagar por ele", disse Kellyanne.
Políticos mexicanos têm dito que seu país não irá pagar pelo muro proposto por Trump. O presidente americano diz que a separação é necessária para impedir a entrada de imigrantes ilegais e drogas. López Obrador disse, anteriormente, que quer tornar o México mais independente economicamente dos EUA. Ao mesmo tempo, ele espera convencer Trump a ajudar a desenvolver o México e América Central para diminuir a imigração ilegal.
O presidente russo, Vladimir Putin, parabenizou Obrador e destacou que a Rússia "tem elevada estima por suas relações amigáveis com o México" e manifestou sua esperança de que durante seu mandato Obrador dedique à cooperação entre os dois países a atenção merecida". Pelo Twitter, o presidente Michel Temer destacou que a amizade entre o Brasil é forte e antiga e refirmou a plena disposição do País de trabalhar em favor de uma maior aproximação entre os dois países.
REUTERS, AFP e AP