segunda-feira, 30 de julho de 2018

Quem nasceu para Neymar, jamais será Pelé ou Garrincha

Por José Tomaz Filho


A imprensa agora bate forte em Neymar. Pelo menos a imprensa não chapa-branca.

A verdade é que a mídia costuma pegar carona no marketing.

E não é apenas no futebol. No automobilismo ou na música repete-se a encenação.

Quando Ayrton Senna morreu, a Globo fez o diabo para gerar um novo ídolo. Como se fosse possível. Faltou combinar com o povo.

Barrichello pagou caro. Pior, virou deboche. Tal qual Neymar.

Na música, então! Anitta, Ivette... Mais uma vez a Globo deu com os burros n`água. Ainda que as duas 'artistas' rendam enormes contas bancárias para elas, para os seus 'agentes' e para a Globo.

O Brasil teve Tom Jobim, Pixinguinha, Villa-Lobos. Geniais. Não ídolos.

O vexame de Neymar no Mundial da Rússia não deveria surpreender. Talvez, aos incautos.

Que o 'craque' sabe jogar, é indiscutível. Mas, se fosse um 'gênio', o Barcelona jamais o deixaria sair.

Neymar saiu do Barça e o time melhorou, dando razão àquele taxista de Barcelona (painel do veículo decorado com a marca do Clube). Provocado por mim sobre o craque brasileiro, simplesmente afirmou que, desde que o ex-santista entrara na equipe, a eficiência do time despencara.

Quando Renê Simões lá em 2010 denunciou que estávamos 'criando um monstro' foi contestado pela mídia chapa-branca.

Sua advertência foi inútil. Tratado como menino mimado e por um pai despreparado para cuidar do talento do filho, Neymar só fez piorar.

Claro, não para de ganhar dinheiro. Tanto que um  de seus patrocinadores, a Gillette, correu para tentar socorrê-lo com um 'anúncio' que, minutos após sua apresentação no 'Fantástico' deste domingo, foi ridicularizado. No Brasil e no exterior.


“Demorei para me olhar no espelho”, admitiu Neymar.

Mas, aí, deu o tiro de misericórdia na própria imagem: "Porque quando eu fico de pé, parça, o Brasil inteiro levanta comigo."

Modesto, o menino!

Pelé e Garrincha, os dois maiores, jamais cometeram tantas sandices.

Ou jamais seriam Pelé e Garrincha.

Num futebol que gerou dois dos grandes do planeta, além de Nilton Santos, Didi, Gerson e Romário, quem nasceu para Neymar, jamais será...