O historiador relata como vivenciou a fúria das redes sociais, tema comum de suas palestras, depois de compartilhar na internet seu jantar com Sergio Moro
Com 900 000 seguidores no Facebook e mais de 100 000 livros vendidos, o gaúcho Leandro Karnal costuma ser saudado com abraços e pedidos de selfies por onde passa, sobretudo pelos eleitores de esquerda. Historiador mais pop do país, o professor da Unicamp experimentou há três semanas um lado amargo da fama digital: a profusão de haters. Foi criticado por milhares de seguidores por publicar na internet foto de um jantar com o juiz Sergio Moro, responsável pela Lava Jato, em um restaurante de Curitiba. Depois dos protestos, Karnal eliminou a foto. Em entrevista em seu escritório, na região dos Jardins, em São Paulo, ele disse que passou “a mensagem errada” ao apagar a imagem após a pressão popular, avaliou que a polarização política brasileira não se pauta pela ideologia e defendeu a ideia de que suas palestras, que misturam piadas e citações eruditas, ajudam a atrair público para obras relevantes.
“Muita gente me disse: “Eu não jantaria com o Moro”. Então, tudo bem, quando rolar (o convite), você não vai”, comentou ele. Ele conta também que não gostou da mensagem passada por apagar o post – “como se eu tivesse me arrependido de ter jantado, o que não é verdade” – e que se surpreendeu com a pressão recebida. “Eu estava isolado no interior da Bahia, num hotel pequeno, para dar uma palestra. Depois da décima ligação de celular na madrugada, das 10 000 mensagens sobre o jantar com Moro, apaguei o post. Eu não queria mais ter contato com essa dor.”
Abaixo, a imagem que deu o que falar, tirada por um garçom em Curitiba:
Os juizes Anderson Furlan e Sergio Moro e o historiador Leandro Karnal (da esq. para a dir.)
Íntegra na VEJA
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