Jailton de Carvalho - O Globo
O prazo da primeira prisão temporária termina neste domingo
O ministro Felix Fisher, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou a prorrogação da prisão provisória dos cinco conselheiros do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro presos na última quarta-feira, acusados de receber suborno para fazer vistas grossas em obras e contratos de empreiteiras com o governo estadual. A prorrogação da prisão foi pedida pelo vice-procurador-geral da República, José Bonifácio de Andrada, que está à frente do caso.
Para o vice-procurador-geral, a permanência dos conselheiros na cadeia é essencial para o avanço das investigações.
O prazo da primeira prisão temporária decretada por Fisher termina amanhã (domingo).
Com a nova ordem, os conselheiros podem ficar presos até a próxima sexta. Não está descartada, no entanto, a conversão da prisão temporária em preventiva dada a gravidade e a complexidade das acusações de corrupção que pesam contra os conselheiros. As informações sobre os desvios tornadas públicas até o momento atingem também o governador Luiz Fernando Pezão, o presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani , ambos do PMDB, os dois políticos mais poderosos do estado.
Mas, segundo investigadores, o caso está apenas no começo e outras estruturas da corrupção, ainda não reveladas, precisam ser devidamente esclarecidas. Foram presos na chamada Operação Quinto do Ouro o presidente do TCE, Aloysio Neves, e os conselheiros Domingos Brasão, José Gomes Graciosa, Marco Antônio Alencar, José Nolasco e Aluisio Gama. A estrutura de corrupção, que tem quase duas décadas de funcionamento, foi delatada pelo conselheiro Jonas Lopes e pelo filho dele Jonas Lopes de Carvalho Neto.