O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi cercado e xingado na avenida Paulista, na região central de São Paulo, na manhã deste domingo (30).
Ele fazia uma caminhada, hábito que mantém nos finais de semana. Cardozo estava com um amigo, o advogado Marco Aurélio de Carvalho, que estava com uma camisa vermelha e chegou a ser empurrado pelos manifestantes.
Os dois passaram perto do boneco inflável de Lula que está fazendo um "tour" pela cidade e é exibido na Paulista.
Cardozo, que estava sem seguranças, decidiu atravessar a rua para evitar a manifestação, Mas foi visto por um grupo de manifestantes que correram em direção a ele e passaram a protestar com gritos de "Fora, PT", "Fora, Dilma" e "Pega ladrão".
Alguns gritavam palavrões.
Ele então caminhou até a livraria Cultura, seu destino final. Lá, acabou conversando com outros manifestantes que acusavam o governo de ter fraudado as eleições e que criticavam a gestão da presidente Dilma Rousseff.
A segurança dele foi acionada.
Marcello Reis, do Revoltados Online, publicou em uma rede social um vídeo com Cardozo (veja abaixo).
O ministro debateu com algumas das pessoas presentes e acabou abraçado por alguns manifestantes.
Cardozo afirmou que as manifestações são positivas, embora ele discorde da pauta. "Democracia é divergência. Oque não pode é xingar, ofender pessoalmente, que foi o que alguns fizeram", disse.
Uma pessoa que estava na livraria saiu em defesa de Cardozo, mas cobrou o ministro. "Tem muita gente contra esse grupo [pró-impeachment], mas fica difícil defender um governo que corta direitos do povo", disse Gabriel, que se identificou como jornalista e não informou o sobrenome.
O ministro disse que "o governo está trabalhando para que não precise cortar direitos".
PIXULEKO
Os manifestantes estavam na Paulista para exibição do Pixuleko, boneco inflável do ex-presidente Lula vestido de presidiário, que reapareceu com esquema de segurança reforçado após ter sido atacado na sexta (28).
Cinco seguranças e um gradil foram contratados por cerca de R$ 2 mil e levados para isolar o boneco do público na avenida Paulista.
O Pixuleko foi inflado na altura da alameda Ministro Rocha de Azevedo, na frente do prédio onde funciona TCU (Tribunal de Contas da União) em São Paulo, para pressionar o tribunal a agilizar a análise de supostas irregularidades na conta do governo Dilma em 2014.
Líderes dos movimentos pró-impeachment também recolhiam assinaturas para um manifesto contra a corrupção.
Colaborou BRUNO FÁVERO