segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Financial Times: Brasil passou de 'motor da economia' a 'homem doente' dos mercados emergentes

Veja


Desemprego está aumentando, e a confiança do

 empresariado, despencando, diz jornal




A presidente Dilma Rousseff visitou nesta quarta-feira à sede da Google, em Mountain View, na Califórnia - 01/07/2015
Crise coloca em risco não apenas o legado de Dilma Rousseff, mas do PT, diz Financial Times (Stephen Lam/Reuters)
O Brasil passou de "motor da economia global" a "homem doente" dos mercados emergentes, segundo reportagem publicada pelo jornal britânico Financial Times (FT), nesta segunda-feira. "O país passou de um dos motores da economia global, como umas das nações com crescimento acelerado dos chamados Bric, a homem doente dos grandes mercados emergentes", diz o texto, que ocupa uma página inteira do jornal.
O jornal ainda destaca que o desemprego está aumentando, e a confiança do empresariado, despencando. "A agência de classificação de risco Standard and Poor's (S&P) está considerando cortar sua nota de grau de investimento para junk [sem grau de investimento]. O país está quebrando todos os recordes da forma errada", acrescenta.
Entre os grandes emergentes, a reportagem aponta que apenas a Rússia deve ter um desempenho econômico pior do que o do Brasil este ano, segundo previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI). Em relatório divulgado no mês passado, a entidade prevê um encolhimento de 1,5% para o Produto Interno Bruto (PIB) do país este ano, contra estimativa de retração de 3,4% para a economia russa.
Analistas do mercado, no entanto, esperam uma queda ainda maior. "Acreditamos que a atual recessão vai levar o Brasil ao pior desempenho na história recente, pelo menos desde que os dados trimestrais começaram a ser recolhidos, em 1996", disse o BNP Paribas, que prevê uma contração do PIB este ano de 2,5%.
Apesar do cenário desfavorável, o FT diz que a recessão atual é uma retração cíclica e não uma crise profunda, como a que o país sofreu nos anos 1980 e 1990.
O jornal ainda destaca a baixa popularidade de Dilma Rousseff e os desdobramentos da Operação Lava Jato. "Desde o segundo turno das eleições, o governo não foi capaz de produzir uma boa notícia", disse Renato Meirelles, diretor da empresa de pesquisa de mercado Data Popular, ao jornal.