Gustavo Uribe - Folha de São Paulo
O Estádio Mané Garrincha, o mais caro construído para a Copa do Mundo no Brasil, amanheceu nesta terça-feira (11) com colchões e barracas.
A área interna do complexo esportivo, que teve custo estimado pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal em R$ 1,7 bilhão, tem servido de alojamento e dormitório para os participantes da 5ª Marcha das Margaridas, movimento em defesa das trabalhadores do campo.
A expectativa da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), organizadora da marcha, é que 70 mil mulheres participem do encontro, que deverá ter as participações da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A intenção do comando nacional do Partido dos Trabalhadores é transformar o evento em uma tentativa de fazer frente aos protestos contra a presidente, marcados para o dia 16 de agosto.
Em resolução aprovada na terça-feira (4), a Executiva Nacional do PT chegou a orientar a militância petista a participar da marcha para protestar contra o que chamou de uma "ofensiva de direita".
Os participantes do evento permanecerão nesta terça (11) e quarta-feira (12) no interior do complexo esportivo, onde serão promovidas palestras e exposições.
No estádio, foram montadas estruturas para alimentação e banho, pagas pela Contag.
"Nunca tinha vindo a Brasília e pretendo voltar nas próximas marchas", disse o agricultor Francisco Marcos da Costa, 39, que montou sua barraca próxima à área das arquibancadas.
Para boa parte dos participantes, é a primeira vez que entraram em um estádio de futebol. Além de tirarem selfies, muitos deles optaram por fazer as refeições nos assentos das arquibancadas.
"Não imaginava que fosse desse tamanho. Antes, só tinha visto pela televisão", disse a agricultora Maria Bernarda Batista, 64.