quarta-feira, 1 de abril de 2015

"Ministro do STJ irá para o STF", por Ilimar Franco

O Globo


          A presidente Dilma deve indicar um dos ministros do STJ para a vaga de Joaquim Barbosa no STF. No governo, explicam que isso evitaria polêmica na sabatina (CCJ) e um impasse na votação no plenário do Senado. A adoção desse caminho foi sugerida pelo ex-presidente do Senado, José Sarney. Um ministro resumiu: “Quem vai rejeitar para o STF, alguém que, derrotado, retorna ao STJ”.
O impasse
O presidente do Senado, Renan Calheiros, tem desabafado para integrantes de seu grupo sobre o tratamento que recebe da presidente Dilma. Numa conversa teria dito que “depois de 30 anos de carreira vou ser independente, vou ficar do lado da opinião pública”. Na sua visão, o vice Michel Temer fez três ministros (Eliseu Padilha, Edinho Araújo e Helder Barbalho), a presidente Dilma dois (Eduardo Braga e Kátia Abreu) e ele tem apenas um, Vinicius Lages. Agora, ele pode ficar sem nada. Em outra dessas conversas, ele teria desabafado: “É isso o que o governo quer de mim. O Kassab é tratado como aliado de primeira (ministro das Cidades) e eu, como de segunda?”
A lógica no serviço público está invertida. O critério é o exercício do pequeno poder e não atender o contribuinte e a população” 

Kátia Abreu 
Ministra da Agricultura, ao defender a necessidade de uma profunda reforma administrativa
Na marca do pênalti
A esquerda acha que o ajuste é duro. No mercado, há quem diga que ele é insuficiente. O destino das MPs está nas mãos dos relatores, Carlos Zarattini (664) e Paulo Rocha (665). A maior ou menor eficiência dependerá do que produzirem.
É sempre assim
A oposição foi ontem ao PGR Rodrigo Janot. Cobrou a inclusão da presidente Dilma no processo da Lava-Jato. No mensalão, foi ao PGR Antônio Fernando (foto). Pressionou para incluir o ex-presidente Lula no processo. No caso Palocci, pôs sob suspeição o PGR Roberto Gurgel. Agora, quer impedir o ministro Dias Toffoli (STF) de julgar a Lava-Jato.
Um dia depois do outro
Senadores do Nordeste acusam os do Norte de traição. Eles queriam votar ontem a convalidação dos incentivos fiscais de seus estados. E citaram o apoio que deram à prorrogação pelo prazo de 50 anos dos incentivos à Zona Franca de Manaus.
Decifra-me ou te devoro
Interlocutores da presidente Dilma relatam que saem das reuniões na Presidência, na maioria das vezes, sem saber o que ela fará ou quem irá nomear para o governo. Ministros, quando perguntados sobre nomeações pendentes, têm por hábito usar a frase “eu não sei”. E explicam: “Ela não fala. Tem hora que ela só ouve”.
Vale a pena assistir
A TV Câmara transmite ao vivo, no todo ou em parte, os depoimentos na CPI da Petrobras. O clima é quente. Não falta combatividade. Mas o que chama a atenção é a forma desrespeitosa como os deputados se tratam uns aos outros.
Ninguém é de ninguém
A decisão do PMDB Jovem de sair da Secretaria Nacional da Juventude da Presidência da República é contestada pelo PMDB Jovem de 15 estados. Alegam que a decisão foi tomada sem reunião da Executiva de 17 integrantes.
Nada se cria, tudo se copia. As empresas envolvidas na Operação Zelotes adotaram argumento do PT e se dizem vítimas de vazamentos seletivos.