domingo, 19 de abril de 2015

Ministério Público e PF vão investigar consultorias feitas por políticos da quadrilha comandada pela dupla Lula-Dilma

Gabriel Valente, Simone Iglesias, Sérgio Roxo e Ana Paula Ribeiro - O Globo

Ministério Público oferecerá denúncia se comprovar que serviço foi usado para encobrir desvio de recursos

Não são apenas os ex-ministros Antonio Palocci e José Dirceu e o deputado cassado André Vargas que estão na mira da Operação Lava-Jato por consultorias mal explicadas. O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal pretendem fazer uma devassa nesse filão de mercado. Agentes e procuradores analisarão com lupa os contratos entre empresas e políticos. Segundo fontes ouvidas pelo GLOBO, a ideia é verificar se os serviços foram prestados ou usados como forma de lavar dinheiro de propina.


Se comprovar que as consultorias eram de fachada e serviam para desviar recursos para campanhas políticas ou enriquecimento próprio, o MPF oferecerá denúncia contra os “políticos consultores”.

— A questão da Lava-Jato é que eles estão dando nova ótica às consultorias de políticos. Querem denunciar, se não houver comprovação de que os serviços foram efetivamente prestados — informou uma fonte a par das investigações, sob a condição de anonimato.

O Congresso também começará a agir em relação a essas consultorias. A oposição pedirá que Palocci seja convocado na CPI da Petrobras, e o PPS entrará com pedido de quebra de seus sigilos fiscal e bancário. Já há requerimentos na CPI para convocar Palocci, ainda não votados. Ele foi citado na Lava-Jato, mas, por não ter foro privilegiado, o ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavaski enviou o caso à Justiça Federal no Paraná. Palocci está sendo investigado porque teria pedido ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa repasse de R$ 2 milhões para a campanha da presidente Dilma em 2010.

— A engenharia usada por esses ex-ministros é muito parecida: montam-se consultorias para fechar contratos com grandes empresas. O pagamento é feito, e o produto entregue são benesses do governo — disse a deputada Eliziane Gama (PPS-MA).