sábado, 25 de abril de 2015

Deu no ´JN`: Porto de Suape (PE) sofre com prejuízos causados pelas térmicas

TV Globo

Navios que atracam no porto não podem abastecer porque a Petrobras não está fornecendo o bunker - o óleo combustível usado pelas embarcações.





O uso maior das termoelétricas, além de aumentar o custo da energia, acabou provocando prejuízo no Porto de Suape, em Pernambuco. É que o combustível que abastece os navios está sendo usado para garantir o funcionamento das térmicas.
O Porto de Suape, no litoral sul de Pernambuco, é o maior do Norte/Nordeste. No ano passado quase dois mil navios movimentaram 15 milhões de toneladas de cargas no pátio de contêineres.
Os navios que atracam no porto não podem abastecer porque a Petrobras não está fornecendo o bunker - o óleo combustível usado pelas embarcações.
A Petrobras é a única fornecedora de óleo combustível para navios do país. Ela fornecia 5 mil toneladas do produto por mês para o Porto de Suape até setembro do ano passado. Mas há cerca de 8 meses o combustível parou de abastecer os navios de carga que atracam no porto e eles tiveram que buscar uma outra rota para escapar do desabastecimento.
“Isso obrigou que cada linha ajustasse os seus planos de viagem para adequar o abastecimento de suas embarcações em outros portos que não Suape”, diz Cleber Lucas, pres. Assoc. Bras. dos Armadores de Cabotagem.
O economista Jocildo Bezerra fala dos prejuízos causados pelo desvio de rotas dos navios.
"Ele não pode abastecer aqui. Então é como se um avião tivesse sair de Pernambuco passar por Mato Grosso pra abastecer e ir para São Paulo. Isso certamente encareceria intensamente a viagem. E no caso do navio que traz produtos que vão ser distribuídos aqui através de Pernambuco isso tem uma implicação sobre os preços desses produtos”, comenta o economista.
O Jornal Nacional tentou uma entrevista para que a Petrobras explicasse o motivo da decisão. A empresa preferiu se posicionar em notas. Disse que o fornecido para o Porto de Suape está comprometido porque o óleo que deveria ir para os navios está sendo usado nas térmicas, que produzem energia.
A Petrobras admite que o óleo adequado para térmicas tem teor de enxofre máximo de 1%, enquanto o bunker possui teor máximo de 3,5%.
De acordo com especialistas, quanto maior o teor de enxofre maior a poluição ambiental causada pelo combustível.
A Petrobras não descarta a possibilidade de voltar oferecer o produto em Pernambuco, mas não informa quando.
"Esse problema não deveria existir num porto da dimensão de Suape e aqui em Pernambuco muito menos, tendo em vista a importância do estado como centro de distribuição logística do Nordeste”, diz o economista.