quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Alexandre de Moraes manda Castro, governador do Rio, explicar operação contra os comparsas do 'cartel lula-stf-globolixo', do Comando Vermelho

 Ministro fez uma série de exigências ao governador do Rio de Janeiro





Nesta quarta-feira, 29, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, dar informações detalhadas sobre a operação contra o Comando Vermelho.

O ato policial terminou com cerca de 130 mortos, entre eles quatro agentes. A decisão foi tomada no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, a “ADPF das Favelas”, que trata do controle da suposta letalidade policial no Estado. 

O despacho atendeu a pedido do Conselho Nacional de Direitos Humanos, apoiado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Moraes se tornou relator temporário da ADPF, depois da aposentadora de Luís Roberto Barroso. 

Entre os 18 pontos listados pelo ministro estão: a definição prévia do grau de força empregado, o número oficial de mortos e feridos, a relação de agentes e armamentos utilizados, a adoção de medidas para evitar abusos, o uso de câmeras corporais e a presença de ambulâncias durante a ação. Moraes também determinou que o governo informe sobre a preservação de locais para perícia, comunicação imediata ao Ministério Público e observância da proporcionalidade no uso da força, especialmente em horários escolares.


O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, durante coletiva de imprensa | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O juiz do STF agendou ainda uma série de audiências para a próxima segunda-feira, 3 de novembro, no Rio de Janeiro.

Polícia Militar, do delegado-geral da Polícia Civil e do diretor da Superintendência de Polícia Técnico-Científica.

Na sequência, Moraes ouvirá o presidente do Tribunal de Justiça fluminense, às 13h30; o procurador-geral de Justiça do Estado, às 15 horas; e o defensor público-geral, às 16h30. 

O ministro determinou que as informações sejam apresentadas de forma detalhada na audiência e comunicou a decisão à PGR.  


Lista de exigências 

• Apresentar relatório circunstanciado sobre a operação; •

 Informar a prévia definição do grau de força empregado e a justificativa formal para sua realização; 

• Detalhar o número de agentes envolvidos, a identificação das forças atuantes e os armamentos utilizados; 

• Informar o número oficial de mortos, feridos e pessoas detidas; 

• Descrever as medidas adotadas para garantir responsabilização em caso de abusos e violações, incluindo a atuação pericial e uso de câmeras corporais; 

• Apresentar protocolo ou programa de medidas de não repetição conforme a legislação vigente; 

• Garantir e comprovar a preservação dos locais para realização de perícia e conservação de vestígios; • Demonstrar a comunicação imediata ao Ministério Público; 

• Detalhar a atuação da polícia técnico-científica, incluindo envio de equipe especializada, realização de perícias e remoção de corpos; 

• Comprovar o acompanhamento pelas corregedorias das Polícias Civil e Militar; 

• Informar sobre a utilização de câmeras corporais pelos agentes; 

• Informar sobre a utilização de câmeras nas viaturas policiais; 

• Apresentar a justificação e comprovação da prévia definição do grau de força adequado à operação; 

• Demonstrar a observância das regras constitucionais relativas à busca domiciliar; • Informar a presença e localização exata de ambulâncias durante a ação; 

• Relatar a observância do princípio da proporcionalidade no uso da força, especialmente nos horários de entrada e saída das escolas — e, se não houver, justificar; 

• Esclarecer a necessidade e justificativa, se existente, para uso de escolas ou unidades de saúde como base operacional, bem como eventual comprovação de atividades criminosas nesses locais.

Cristyan Costa - Revista Oeste