quarta-feira, 21 de julho de 2021

"O Brasil que a elite meia-boca não vê", por J.R. Guzzo

Qual a importância dos números positivos na economia para a Frente Unida da Covid, do Impeachment, do Genocídio, do Voto Eletrônico Para Sempre? Zero sobre zero

Há exatos dez anos, desde 2011, não havia tanto dinheiro no mês de junho
Há exatos dez anos, desde 2011, não havia tanto dinheiro no mês de junho | Foto: Reprodução/Mídias Sociais

Muito longe das importantíssimas preocupações do Brasil oficial de hoje, que vão e voltam entre a “CPI” da Covid e o último manifesto à nação do senador Renan Calheiros, do novo regime “semipresidencialista” à nova variante “Delta” do vírus chinês, mal se registrou um desses fatos da vida real que a mídia, a classe política e a elite meia-boca desse país acham insignificante — a arrecadação dos impostos federais, neste último mês de junho, passou dos R$ 135 bilhões, um aumento de quase 50% sobre junho de 2020. Há exatos dez anos, desde 2011, não havia tanto dinheiro no mês de junho.

O resultado é tão forte que o Ministério da Economia liberou para todos os outros ministérios o uso das verbas que estavam retidas pelas pressões de uma economia em covid. É, simplesmente, uma mudança fundamental de rumos — se o Estado voltou a arrecadar a nível recorde, eis a prova de que a economia brasileira voltou a produzir, a vender e a crescer. Mas as classes que tomam as decisões nem notaram o que está acontecendo; continuam falando das “ameaças à democracia”, etc. etc. etc. ou, então, dizendo que esses números podem ser uma “bolha sazonal” e não significam coisa nenhuma. É um disparate.

O que poderia haver de sazonal no mês de julho? E nos meses anteriores, durante os quais a arrecadação tem subido da mesma maneira? Por que, se esse último resultado é apenas uma anomalia, a arrecadação de impostos federais chegou perto dos R$ 900 bilhões no primeiro semestre deste ano, e pode bater em R$ 2 trilhões até o fim ano — um resultado inédito? Não é só na União que está entrando dinheiro. Pelas medições em tempo real do Impostômetro da Associação Comercial de São aulo, o total de impostos recolhidos no Brasil entre 1º de janeiro e 21 de julho caminha para R$ 1,5 trilhão. O fato que interessa em tudo isso é o seguinte: Brasil pode ter, neste ano de 2021, sua maior arrecadação de impostos de todos os tempos.

Qual a importância de tudo isso para a Frente Unida da Covid, do Impeachment, do Genocídio, do “Roubo de “Vacinas”, dos “Atos antidemocráticos”, do Voto Eletrônico Para Sempre e outras questões que eles acham fundamentais para o Brasil? Zero sobre zero.

Revista Oeste