terça-feira, 13 de novembro de 2018

Juíza federal Gabriela Hardt nega pedido para Lula, ladrão número 1 da Lava Jato, ser interrogado novamente

A juíza federal substituta Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal de Curitiba, negou nesta terça-feira um pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que ele fosse interrogado novamente no processo sobre a acusação de pagamento de propinas pela empreiteira Odebrecht.
A ação penal, que está pronta para ser decidida, trata de suposta propina de 12,9 milhões de reais paga pela Odebrecht a Lula por meio das compras de um terreno que abrigaria o Instituto Lula e uma cobertura vizinha à do petista em São Bernardo do Campo (SP).
“Os depoimentos das testemunhas e dos acusados foram todos gravados em mídia audiovisual e estão à disposição do Juízo, que irá analisá-los oportunamente, antes da prolação da sentença”, escreveu a magistrada.
A juíza também afirmou que, caso necessário, poderá determinar a repetição das provas já produzidas. Mas ressaltou que isso não é uma obrigatoriedade.
Apesar de ter seu pedido negado, Lula vai se encontrar com Gabriela Hardt nesta quarta-feira (14), mas para depor no processo sobre o sítio de Atibaia. Será a primeira vez que o petista deixará a superintendência da Polícia Federal desde que foi preso, em 7 de abril.
A magistrada assumiu os processos da Lava Jato na 13ª Vara Federal de Curitiba desde que o juiz Sergio Moro pediu afastamento de suas funções para assumir uma vaga no Ministério da Justiça a convite do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).
No processo que aguarda sentença de Gabriela, Lula é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Parte da suposta propina, 12,4 milhões de reais, sustentam os procuradores, foi gasta na compra de um terreno para abrigar a sede do Instituto Lula em São Paulo – o instituto acabou sendo construído em outro endereço.
Outros 504.000 reais teriam sido usados na compra da cobertura contígua à de Lula no edifício Hill House, em São Bernardo do Campo (SP).
As duas compras teriam sido feitas por meio de laranjas, sustenta a acusação: no caso do terreno, o empresário Demerval Gusmão; no caso da cobertura, Glaucos da Costamarques, primo do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do petista.
Além de Lula, serão julgados na ação penal Gusmão, Costamarques, o empreiteiro Marcelo Odebrecht, o ex-ministro Antonio Palocci, seu ex-assessor Branislav Kontic, e o advogado Roberto Teixeira, compadre do ex-presidente.

Leonardo Lellis, Veja