sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Número de desempregados cai, mas ainda é quase o dobro de antes da crise provocada pela dupla corrupta Lula-Dilma

Por Miriam Leitão - O Globo


Leia um breve resumo deste ano:
Desemprego – a taxa no trimestre até novembro caiu para 12%, mesmo nível do final de 2016. O desemprego havia começou o ano em alta. Chegou a 13,7% no período até março, quando atingia a 14,2 milhões de pessoas. O país terminou novembro com 12,5 milhões de desempregados. Os empregos informais têm puxado a ligeira melhora. Mas, na comparação com o período anterior à crise, a diferença ainda é grande. A PNAD fechou o ano de 2014 em 6,5%, o equivalente a 6,5 milhões de pessoas. Ou seja, o contingente quase dobrou desde aquela época. No emprego formal, o Caged teve saldo negativo de 12 mil vagas em novembro, após sete resultados positivos. No ano, foram criados 299 mil postos de trabalho com carteira. 
Raquel Dodge – nesta semana, a procuradora-geral da República contestou o indulto de Natal do presidente Michel Temer, e o STF suspendeu alguns pontos do decreto, que previa perdão de multas e de 80% da pena de condenados. O benefício incluía, inclusive, crimes do colarinho branco. A reação da sociedade foi forte. Raquel, que assumiu o lugar de Rodrigo Janot neste ano, afasta qualquer dúvida sobre sua posição. Ela está do lado da Justiça.  
Lava-Jato – a operação se ramificou e chegou a outras partes do país, como o Rio e Brasília e atingiu grandes empresários. Controladores e executivos do JBS foram presos. Joesley havia virado delator e gravou o presidente da República no palácio do Jaburu. Os áudios foram revelados pelo jornal O GLOBO em 17 de maio. Mas o empresário tentou lucrar no mercado de capitais com a divulgação dos áudios, operação descoberta pela PF. Além dele, o irmão Wesley e o executivo Ricardo Saud foram presos. Em janeiro, Eike Batista, outro conhecido empresário, já havia sido detido em um desdobramento da Lava-Jato. No Rio, a cúpula do poder do estado nos últimos 20 anos foi parar na cadeia, entre eles Sergio Cabral, Anthony Garotinho e Rosinha, ex-governadores, e o presidente da Assembleia, Jorge Picciani.   
Inflação – o IGP-M ficou negativo no ano, com queda de 0,52%. Muito usado para corrigir contratos, o índice foi ajudado pelos alimentos. A super safra também contribuiu para controlar o índice oficial. O IPCA pode fechar o ano abaixo do piso da meta de 3%, após ter chegado a 10,71% no início do ano passado, quando fechou a 6,29%. Se ficar abaixo do piso, o BC terá que explicar em carta ao ministro da Fazenda por que a meta não foi atingida.
Juros – a inflação baixa permitiu a queda da Selic. A taxa caiu para 7% no final deste ano, no ciclo de quedas que começou no ano passado, quando ela chegou a 14,25%. É o patamar mais baixo desde o início do regime de metas de inflação, em 1999. A tendência é que caia mais em 2018. Isso ajudou a melhorar o consumo, que foi destaque no PIB do terceiro trimestre.
Atividade – a economia voltou a crescer durante o ano, muito por força da supersafra e da queda da inflação. O PIB ficou positivo nos três primeiros trimestres do ano. No terceiro, avançava a uma taxa de 1,4% frente ao mesmo período de 2016, após dois anos de recessão de 3,5%. O PIB per capita chegou a cair 10% nesse ano, comparado à época antes da crise. Outra boa notícia é que, além da forte alta do consumo, os investimentos voltaram a avançar no terceiro trimestre, após 15 períodos de quedas. O país deve crescer 1% neste ano.  
Temer – o presidente barrou na Câmara as duas denúncias da PGR contra ele, por organização criminosa e obstrução de Justiça, com base nos áudios da conversa com Joesley. Na mesma época da segunda votação, em outubro, Temer também enfrentou um problema na próstata e precisou ser internado. 
Fiscal – a semana também teve o resultado fiscal de novembro, com déficit de R$ 909 milhões. O corte de gastos discricionários ajudou a um resultado menos pior no mês, mas a tendência é ruim. Em um ano, o déficit primário acumulado chegou a R$ 149 bi, ou 2,29% do PIB. A meta para este ano e para 2018 é de déficit de R$ 159 bi. O rombo após o pagamento de juros está em R$ 551 bi, nos 12 meses até novembro. No ano passado, o país teve déficit primário de 2,47% do PIB, rombo maior que o 1,88% do ano anterior. O último ano em que o setor público registrou superávit primário foi em 2013. Nesse ritmo, a dívida bruta disparou. Está em 74,4% do PIB, após sair da casa dos 50% em 2012.
Meio ambiente – foi um ano de retrocessos, apesar da queda do desmatamento. O governo tentou extinguir a reserva mineral da Renca, na Amazônia. Ele recuou após a reação contrária do país. Antes disso, o Planalto reduziu o tamanho da Floresta Nacional do Jamanxim, do Pará, decisão ainda não alterada.
Trabalho escravo – provocou muita discussão no ano uma decisão do Ministério do Trabalho mudando a forma de fiscalização e a definição do trabalho análogo à escravidão. Ela havia sido editada por meio de uma portaria, que foi barrada pela Justiça. O ministro do Trabalho pediu demissão nesta semana e, nesta sexta-feira, o governo editou um novo documento, endurecendo as regras de fiscalização do trabalho escravo. As instituições estão contendo os excessos.