sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Petrobras caindo mais de 5%; declaração de Levy faz dólar comercial subir 2,60%

Ana Paula Ribeiro - O Globo



As declarações do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sobre a atuação do governo em relação ao dólar estressaram o mercado de câmbio nessa sexta-feira. Às 11h52, o dólar comercial avança 2,60% diante o real, cotado a R$ 2,678 na compra e a R$ 2,680 na venda. Já na Bolsa brasileira, a Petrobras causa mais estragos após ter a sua nota de risco (ranting) rebaixada pela Moody's. Os papéis da estatal caem mais de 5% e contribuem para o recuo de 2,56% do índice Ibovespa, o principal do mercado acionário local.

Levy participou de um evento com investidores e executivos de empresas que atuam no Brasil. Após o ministro afirmar que "não há intençpão de se manter um câmbio artificialmente valorizado", a moeda americana, que já operava em alta superior a 1%, acelerou o movimento de valorização.

IBOVESPA ABAIXO DOS 47 MIL PONTOS

Já no mercado acionário, o Ibovespa chegou aos 46.537 pontos. O índice não ficava nesse patamar desde março do ano passado. A notícia que mais contribui para o mau humor na Bolsa é o rebaixamento da nota de crédito da Petrobras pela agência de classificação de risco Moody's, na quinta-feira à noite. A agência sinalizou ainda que um novo rebaixamento pode ocorrer. As ações preferenciais (sem direito a voto) da estatal caem 6,74%, cotadas a R$ 8,16, enquanto as ordinárias (com direito a voto) recuam 5,43%, a R$ 8,01.

— O que ocorre é que a Petrobras está contagiando o mercado. É a maior empresa do país e foi rebaixada, isso aumenta a percepção de risco por parte dos investidores — afirmou Marco Aurélio Barbosa, analista da CM Capital Markets.

Outro papel vem pressionando o Ibovespa nessa sexta-feira é a Vale. Com a queda do preço do minério de ferro, as ações da mineradora caem 0,86% (preferenciais) e 0,83% (ordinárias). "O motivo principal é a queda nos preços do minério de ferro, somado a fase atual da empresa, que está fazendo fortes investimentos para aumento da capacidade de produção", avaliaram os analistas da Yield Capital.

Já o setor bancário, que tem o maior peso na composição do Ibovespa, também opera em baixa. As ações preferenciais do Itaú Unibanco recuam 2,42% e as do Bradesco caem 2,76%. Já os papéis do Banco do Brasil têm desvalorização de 2,36%.

No exterior, os principais índices europeus também operam em queda, mas em uma intensidade menor que a Bolsa brasileira. O DAX, de Frankfurt, cai 0,39%, enquanto o CAC 40, da Bolsa de Paris, registra queda de 0,50%. O FTSE 100, de Londres, apresenta desvalorização de 0,32%.