A promessa de leilão de usinas da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) colocou no mesmo lado do front, ao menos por enquanto, as duas principais forças políticas do Estado – grupos que, nos últimos 15 anos, fizeram uso político da estatal.
O governador Fernando Pimentel (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB) se posicionaram contra a privatização. Pimentel reuniu aliados, assinou carta aberta em defesa da empresa, participou de atos nas usinas que podem ir a leilão e ainda criou uma campanha publicitária: "Mexeu com Minas, mexeu comigo". Já Aécio se reuniu com o presidente Michel Temer para evitar a concessão das usinas hidrelétricas.
À frente do governo de Minas desde 2003, tucanos e petistas sempre utilizaram a Cemig para acomodação de aliados políticos e até parentes. Entre 2003 e 2009, o pai de Aécio Neves, Aécio Ferreira da Cunha, integrou o Conselho de Administração da estatal. Aécio Cunha morreu em 2010.
A assessoria do senador tucano afirmou, em nota, que “a boa gestão e os resultados da empresa durante o governo Aécio Neves (em Minas Gerais) são de amplo reconhecimento de especialistas e de gestores do setor de energia público e privado”.
A Cemig possui cerca de 127 mil acionistas e mantém operações em 22 Estados e no Distrito Federal. A empresa possui 12 milhões de consumidores em 805 municípios.