Reprodução/Facebook | |
Diego Dzodan, vice-presidente do Facebook para a América Latina |
FELIPE MAIA
ISABEL SETA
Folha de São Paulo
ISABEL SETA
Folha de São Paulo
O executivo Diego Dzodan, vice-presidente do Facebook para a América Latina, foi preso nesta terça-feira (1º), em São Paulo, pela Polícia Federal. De acordo com o órgão, a prisão foi realizada após mandado expedido por um juiz da cidade de Lagarto, em Sergipe.
A decisão do juiz Marcel Maia Montalvão veio depois de a empresa não colaborar com investigações da Polícia Federal a respeito de conversas no WhatsApp, aplicativo que pertence ao Facebook –o crime em apuração é o de tráfico de entorpecentes por uma quadrilha local.
De acordo com a assessoria do magistrado, já havia sido proferida uma decisão para que a companhia liberasse dados do aplicativo sobre o caso e também estipulada uma multa. Como os diálogos não foram liberados, ele mandou prender o executivo.
A polícia informou à Folha que a prisão, que é de caráter preventivo, foi realizada na casa de Dzodan, na capital paulista. O executivo será levado nesta manhã para a Superintendência Regional da PF, na Lapa, também em São Paulo.
Mais alto executivo da companhia na América Latina, Dzodan assumiu o comando do Facebook na região em junho do ano passado, no lugar de Alexandre Hohagen, que havia montado a operação da empresa no Brasil e se desligou do cargo.
Nascido na Argentina, Dzodan foi presidente da empresa de softwares SAP na América Latina e Caribe antes de chegar à rede social.
Procurado, o Facebook não se posicionou sobre o tema até a publicação deste texto. Em geral, o WhatsApp argumenta que não guarda as mensagens trocadas pelos usuários, por isso não pode entregá-las à Justiça ou a polícia.
Não é o primeiro embate entre a Justiça brasileira e o Facebook. Em dezembro do ano passado, o WhatsApp foi bloqueado em todo o país depois de uma decisão da 1a vara criminal de São Bernardo do Campo (SP), também em decorrência de uma investigação criminal.
Na ocasião, como agora, o WhatsApp não liberou as informações solicitadas com autorização judicial pelas autoridades que investigavam o caso –o bloqueio foi determinado como represália.
Em fevereiro, um juiz do Piauí também determinou o bloqueio do aplicativono Brasil para forçar o Facebook a colaborar com investigações da polícia do Estado relacionados a casos de pedofilia.
A decisão acabou sendo derrubada, e o app não chegou a sair do ar.