quinta-feira, 31 de março de 2016

O que sabemos sobre a Andrade Gutierrez

Com Blog do Reinaldo Azevedo - Veja

Os procuradores da Lava Jato sabem que, depois dos depoimentos da Andrade Gutierrez, Edinho Silva e Giles Azevedo serão denunciados por corrupção e lavagem de dinheiro.
E Dilma Rousseff será investigada pelos mesmos crimes.
Edinho Silva foi seu tesoureiro. Giles Azevedo é muito mais do que isso: é seu assessor mais próximo.
Dilma Rousseff só não será cassada pelo TSE porque o Congresso Nacional vai afastá-la antes disso, aprovando o impeachment.
Em 2010, a Andrade Gutierrez repassou propina para a campanha de Dilma Rousseff pagando por fora, como no caso da Pepper.
Em 2014, a propina foi paga por dentro.
Para lavar os recursos, de acordo com Otávio Azevedo, a ORCRIM ordenou que a propina fosse paga de duas maneiras:
- Através de doações para o caixa da campanha, administrado por Edinho Silva.
- Através de doações para o caixa do PT, administrado por João Vaccari Neto.
Dilma Rousseff sempre disse que o dinheiro sujo do PT não emporcalhou sua campanha.
Os depoimentos da Andrade Gutierrez desmascaram mais essa mentira: a propina era uma só, dividida entre os dois caixas.
Edinho Silva e Giles Azevedo, arrecadadores da campanha de Dilma Rousseff em 2014, reuniram-se com o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo.
Eles foram pedir dinheiro.
Durante o encontro, discutiram em detalhes a planilha com as obras públicas realizadas pela empreiteira e a propina associada a cada uma delas.
Esse é o fato mais explosivo do depoimento de Otávio Azevedo, segundo a fonte de O Antagonista: os arrecadadores de Dilma Rousseff sabiam perfeitamente que o dinheiro dado para a campanha era proveniente de propina desviada de contratos com as estatais.
Pior: Edinho Silva e Giles Azevedo disseram ao presidente da Andrade Gutierrez que, caso ele se recusasse a dar mais dinheiro para a campanha, a empreiteira perderia seus contratos.
O presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, apresentou aos procuradores da Lava Jato uma planilha com todas as obras públicas realizadas pela empreiteira e a propina correspondente a cada uma delas.
A propina cobre o período que vai de 2008 a 2014.
Sabemos que seus executivos delataram à Procuradoria-Geral da União o esquema de propinas que bancou a campanha presidencial de 2014.
Seus depoimentos estão guardados num cofre.
Mas O Antagonista ouviu uma pessoa ligada aos fatos e pode antecipar que, quando esses depoimentos forem publicados, na semana que vem, a queda de Dilma Rousseff será ainda mais violenta.