quarta-feira, 30 de março de 2016

Jucá diz que loteamento de cargos por Dilma ´trambique` e dar verbas não resolverá crise do governo corrupto do PT


O senador Romero Jucá - Givaldo Barbosa / Agência O Globo


Cristiane Jungblut - O Globo



O PMDB vai apostar no desgaste do governo com a estratégia de distribuir cargos a outros partidos para evitar a aprovação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na comissão especial da Câmara. Um dia depois de comandar a reunião-relâmpago do PMDB que aprovou o desembarque do governo Dilma, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) disse que "lotear cargo e dar verbas não resolvem o problema do Brasil".

Jucá condenou ainda a estratégia do governo de apostar na ausência dos deputados na votação do impeachment.

Nos bastidores, os aliados do governo têm utilizado o argumento de que basta os parlamentares faltarem à votação. A cúpula do PMDB se mantém reunida para fazer um mapeamento do que o governo vem oferecendo. O temor é de que haja algo além de cargos.

— Se o PMDB tivesse que discutir barganha, não teria saído da base. Esse não é instrumento para resolver a crise. Lotear cargos e dar verba não resolve o problema do Brasil. Vamos aguardar. O governo tem direito de reagir, mas será lícita e positiva essa reação? E será entendida pela sociedade essa reação do governo? A estratégia de um governo de insistir na covardia dos parlamentares (em não comparecerem às votações do impeachment) não é a melhor saída de para a crise — disse Jucá.

LIBERAÇÃO DE VERBAS

Desde ontem, na área econômica, o governo vem adotando algumas medidas: Portaria do Ministério da Fazenda ampliou limite de empenho para oito ministérios, em R$ 1,8 bilhão. 

Na prática, isso agrada os parlamentares porque permitem empenhar recursos de suas emendas parlamentares. Além disso, nesta quarta-feira, a Fazenda informou a liberação, em três parcelas, de R$ 1,95 bilhão para os estados, como forma de compensação por perdas com a chamada Lei Kandir, que isentou as exportações da incidência do ICMS na exportação de produtos não industrializados.

O valor de R$ 1,95 bilhões será pago em três parcelas iguais até o último dia útil dos meses de abril, maio e junho.

LULA

Segundo parlamentares, o ex-presidente Lula vem operando diretamente junto a integrantes dos partidos menores e do PP e PR. Mas esses partidos estão rachados e devem negociar com o governo Dilma e com o PMDB do vice-presidente Michel Temer.