sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Política vira piada nos cinemas: "Pegava mal falar do Lula", diz diretor

Até que a Sorte nos Separe 3 (2015)12 fotos

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Cena de "Até que a Sorte nos Separe 3" em que a presidente da República conversa com Tino (Leandro Hassum) Reprodução


Tiago Dias
Do UOL


Nunca antes na história das comédias nacionais, que há anos têm liderado as bilheterias, a política foi motivo para tanto riso. Especialmente neste momento, em que a corrupção é apontada em primeiro lugar como o maior problema do Brasil, segundo dados do Datafolha. Enquanto a sátira política de "Até Que a Sorte Nos Separe 3" segue firme em cartaz nos cinemas brasileiros, outras comédias com o mesmo teor chegarão neste ano às telonas. Conforme os escândalos aumentam, o riso afrouxa?
Diretor de "Até Que a Sorte Nos Separe 3", Roberto Santucci tem uma teoria. "Acho que antes pegava mal falar mal do Lula, né?". No filme dele, o personagem Tino (Leandro Hassum) brinca com uma mandioca na mesa da presidente do Brasil, que fala e se veste como Dilma Rousseff. Em outra cena da ficção, Tino mira um soco na mandatária, mas acerta os olhos de Nestor Cerveró --na vida real, um dos pivôs no escândalo da Petrobrás.
No próximo mês de março será a vez de Dira Paes viver uma senadora novata que se envolve em um esquema de corrupção na comédia "Mulheres no Poder". Já em "Uma Loucura de Mulher", com estreia prevista para julho, a vida íntima de um deputado (Bruno Garcia) e sua mulher (Mariana Ximenes) toma lugar na tela.
Em dezembro passado, duas produções estavam em cartaz com personagens com ligações na política. "Até que a Casa Caia", sobre os dramas familiares de um deputado, interpretado por Marat Descartes, estreou em circuito restrito, mas "Até que a Sorte Nos Separe 3" foi além: com seis semanas em cartaz, ainda está atualmente entre os cinco filmes mais vistos e já soma mais de 3 milhões de espectadores.