Chamei um Uber para ir ao baile de Carnaval da Vogue na noite de quinta-feira (28), nos Jardins, em São Paulo. Quando eu e minha mãe entramos no carro, o motorista nos avisou que havia manifestação de taxistas no local.
Mas uma amiga minha, que já estava na festa e também tinha ido de Uber, disse que estava tranquilo, então decidimos continuar. Eu e minha mãe sentamos no banco de trás.
O motorista disse que nos deixaria na rua de trás do hotel onde ocorreu o evento para evitar o protesto. Mas, quando chegamos na rua Groenlândia, ela já estava cercada por taxistas. Foi uma cilada, foi uma armadilha.
Um taxista que estava encostado num táxi começou a socar o nosso carro sem motivo. Logo, eram uns dez taxistas batendo. Eles estavam preparados. Foi tudo premeditado.
Eu e minha mãe queríamos fugir, mas colocaram um táxi na frente do nosso carro e começaram a quebrar o vidro. Parecia que eles usavam pedras, depois vi que era um pé-de-cabra. Então, comecei a berrar enquanto escorregava pelo banco numa tentativa de me esconder e proteger dos estilhaços de vidro.
Foi muita violência. Tive a sensação de estar vindo pedra na minha cabeça.
Arquivo Pessoal | ||
Carro do Uber depredado por taxistas nos Jardins |
Os taxistas forçavam a porta e pediam para abrirmos os vidros. Eles deram três pauladas muito fortes na porta. E foi uma violência gratuita contra mim, que não tenho nada a ver com isso.
O nosso motorista conseguiu acelerar até chegar na avenida Brigadeiro Luís Antônio, onde despistou os taxistas, depois nos levou de volta para casa. Ficamos mais de uma hora tremendo em pânico e nos limpando. Eu estava cheia de cacos de vidro no cabelo.
Fui atacada por um bando de vândalos, bandidos. A gente não chegou a se machucar, mas, se o vidro não tivesse película, teria sido pior.
Uma hora depois desse choque, eu e minha mãe decidimos voltar para o evento da Vogue, mas com nosso carro blindado. O impressionante é que todos os taxistas agressores continuavam na porta do hotel. Eles olhavam dentro de todos os carros para ver se era Uber para avaliar se liberavam a passagem ou partiam para a agressão.
Eu uso Uber há um ano e meio e agora é questão de honra: não entro num táxi nunca mais. E se a polícia quiser vai identificar os agressores porque eles aparecem em alguns vídeos.
Essa atitude de alguns taxistas já passou dos limites. Eu trabalho com varejo, mas se abrir uma loja ao lado da minha não vou dar paulada neles. É uma questão de aceitar a concorrência.
Agora, como estamos lidando com bandidos, eu prefiro o anonimato para me proteger.