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Daniela Baratella que utiliza o Instagram para vender seus produtos Vinícius Pereira - Folha de São Paulo
Se o advento das redes sociais alteraram a convivência entre as pessoas, era só uma questão de tempo para também modificar a forma de se iniciar um negócio.
Entre os diversos aplicativos utilizados é o Instagram que vem impulsionando a criação de novas empresas. Não que outras redes sociais também não o façam. Facebook, Twitter e diversos outros aplicativos auxiliam marcas há tempos. Porém, é a característica do Instagram- onde é possível postar apenas fotos e vídeos- que faz da plataforma um ambiente fértil a criação de novas marcas, principalmente entre os jovens. "Os jovens já utilizam a plataforma diariamente, postando fotos e vídeos diariamente, então é normal que um primeiro pensamento em empreender passe por ela", afirma Camila Fusco, diretora de Empreendedorismo do Facebook e do Instagram para a América Latina. Apesar de a plataforma não realizar um levantamento sobre quais perfis são profissionais ou de uso pessoal, há o reconhecimento de que a iniciativa cresce e que a indústria de moda se destaca. "Com certeza, o setor têxtil, junto com o de acessórios de moda, são os que mais crescem, pois são os que melhor se adaptaram no uso da ferramenta", diz Fusco. A empresária Daniela Baratella, 23, atua no ramo de bijouterias e acessórios (@bijouxdanibaratella ). Ela iniciou a loja em 2012, primeiro utilizando o Instagram, hoje possui dois funcionários, comercializa cerca de 500 peças por mês e tem cerca de 14 mil seguidores.
"O marketing é feito 99% via Instagram ainda. Postamos fotos de peças, inspirações, promoções, eventos e feiras, todos os dias. A cada troca de coleção é feito um editorial com uma modelo", afirma Baratella, que acaba de inaugurar a primeira loja online. O Instagram conta com mais de 29 milhões de contas ativas no Brasil, segundo país no ranking de usuários, onde as pessoas passam, em média, 21 minutos navegando, de acordo com a empresa. Para a consultora de marketing Sebrae-SP, Ariadne Terrado, a plataforma possui um público-alvo jovem, que utiliza o smartphone diariamente, e pode ser o 'start' que os empreendedores necessitam. "A média dos usuários varia entre 18 e 35 anos, então o empresário tem que analisar o público dele. Você pode começar uma empresa por lá e, com o passar do tempo, criar CNPJ, e se tornar mais formal, muitas pessoas vêm fazendo isso", diz Terrado. Com R$ 3 mil, eles investiram na estrutura para montar uma confecção, três jovens de 21 anos utilizaram o Instagram para iniciar uma marca. Hoje, a Volkstore (@volkstore ) conta com 12 mil seguidores e vende 100 peças ao mês. "Temos projetos de expansão para o ano que vem, mas acho que loja física, ainda não é o foco principal, temos a ideia de expandir a capacidade de produção e a quantidade de produtos, para atendermos o atacado", diz Giovanne Schiavinnato, um dos fundadores da marca. "Muitas pessoas já descobriram um produto pelo Insta. Então há um pensamento que, se eles já descobriram, também podem ser descobertos", afirma Fusco. É o caso da estudante Letícia Vaz, 18. Mais da metade dos 500 perfis que segue na plataforma são de lojas de roupas e acessórios. Por isso, resolveu criar a própria marca (@lvstore_oficial ). "Só no primeiro mês da loja pelo insta e site, já vendi 75% do estoque que tinha investido R$ 1 mil, faturei quase cinco vezes isso, mesmo com relativamente poucos seguidores, sendo que havia peças de R$ 400", diz Vaz, tem no público-alvo mulheres entre 18 e 28 anos. PUBLICIDADE Apesar de não divulgar um levantamento de quantas empresas surgiram na plataforma, o Instagram se mostra interessado nos pequenos cases. Prova disso é que, em setembro, a plataforma passou a permitir que pequenas empresas anunciassem na plataforma. As grandes corporações já faziam anúncios pagos desde abril deste ano. "O Instagram funciona como uma vitrine virtual poderosa, que estreita o relacionamento com o cliente e, por isso, as empresas anunciam lá", afirma Fusco.
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COMO APROVEITAR O INSTAGRAMPúblico-alvo Os usuários do Instagram têm um perfil jovem. Veja se o seu produto ou empresa se encaixa com esse público antes de investir na plataforma Bastidores Além de fotos dos produtos, o Instagram também permite mostrar a possíveis clientes valores da empresa ou como os produtor são produzidos Velocidade Se um cliente entrar em contato, a resposta deverá ser rápida. Como uma rede social, o Instagram exige respostas ágeis Gentileza Gentileza gera gentileza. Troca de curtidas e começar a seguir as pessoas pode trazer empatia à marca ou empresa *Ariadne Terrado, consultora de marketing do Sebrae-SP |