terça-feira, 25 de agosto de 2015

Temer diz que impeachment “é impensável”. De fato, não há mais o que pensar. É hora de abrir o processo

Com Blog Felipe Moura Brasil - Veja


“Eu sempre tenho dito e repetido ao longo do tempo que qualquer hipótese de impeachment é impensável”, disse o vice-presidente Michel Temer (PMDB).
De fato, não há mais o que pensar. Há 104 bilhões de motivos nas contas públicas de 2014 para abrir o processo.
Temer, que saiu da articulação política para uma “segunda fase” de coordenação, admitiu a pressão do PMDB para que ele deixasse totalmente o cargo no desgoverno de Dilma Rousseff.
“Mas eu entendi que eu não posso, tendo responsabilidade com o país, não posso deixá-la de vez”.
Claro que pode. Ter responsabilidade com o país é justamente deixar Dilma de vez – e é isso que será discutido no Congresso do PMDB que Eduardo Cunha quer antecipar.
Desconfio, no entanto, que, diante do risco de cassação da chapa Dilma-Temer no TSE, Temer tenha dúvidas quanto ao que lhe é mais seguro para não perder o mandato:
1) Ficar do lado de Dilma, contando com os votos dos ministros sob influência do PT; ou:
2) Tentar assumir o governo com o impeachment de Dilma, sob risco de levar um tombo maior já como presidente, em decorrência ou não de vingança do PT no tribunal quando o mandato da mulher sapiens já estiver perdido.
Em Brasília é assim: todos estão fazendo cálculos, geralmente alheios aos interesses do Brasil.
Neste momento, “é impensável” que Temer não esteja também.