terça-feira, 4 de agosto de 2015

Dólar sobe pela 4ª vez e atinge R$ 3,48 com votação de pauta-bomba

Folha de São Paulo


O dólar atingiu R$ 3,48 nesta terça-feira (4) em meio à retomada de votações no Congresso que podem dificultar a adoção de medidas de ajuste fiscal planejadas pelo governo. A alta ocorre em meio a um cenário externo mais calmo, com um alívio nas tensões financeiras na China.

Às 11h15, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha alta de 0,56%, para R$ 3,472. No mesmo horário, o dólar comercial —usado em transações no comércio exterior— subia 0,52%, também para R$ 3,472.

No mercado de ações, a Bolsa brasileira sobe com a ajuda da Vale e da Petrobras. Ibovespa, principal índice acionário do país, tinha alta de 0,56%, para 50.406 pontos, às 11h15. Destaque para a queda dos papéis do Itaú Unibanco, após o banco registrar aumento do calote no segundo trimestre do ano.

Com o fim do recesso no Congresso, os parlamentares devem começar a votar projetos que podem causar impactos fiscais negativos para o governo, afirma em relatório Marco Aurélio Barbosa, analista da CM Capital Markets. Entre as medidas estão a que revê a desoneração da folha de pagamento e a proposta que amplia a correção do saldo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para os depósitos feitos a partir de 2016.

Há também a possibilidade de votação de outras pautas-bomba, após o rompimento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, com o governo, em julho.

"O problema no mercado é político. Se estivéssemos aqui fazendo o trabalho de casa, com uma presidente com poder e respaldo político, seria outra coisa", afirma Marcio Cardoso, sócio-diretor da Easynvest corretora.

Caso as medidas que comprometem o ajuste fiscal sejam aprovadas, cresce a chance de o país perder o selo de bom pagador concedido por agências de classificação de risco. E isso pressionaria ainda mais a cotação da moeda americana no Brasil, em um contexto em que o Banco Central já deixou claro que não vai fazer intervenções no mercado cambial para conter a alta da divisa.

O Banco Central manteve nesta terça-feira a rolagem parcial dos contratos de swaps cambiais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro). Se mantiver o ritmo e realizar leilões até o penúltimo pregão do mês, como tem feito, o BC rolará 60% do lote total, fatia aproximadamente igual à rolagem dos contratos para agosto.

BOLSA

alta das Bolsas chinesas também ajuda a impulsionar o mercado brasileiro nesta sessão. A valorização das ações da Vale e Petrobras sustenta o Ibovespa.

Às 11h15, as ações preferenciais da Vale tinham alta de 2,50%, para R$ 14,74. No horário, os papéis ordinários —com direito a voto— da mineradora subiam 2,89%, para R$ 18,10.

As ações da Petrobras sobem em dia de alta dos preços do petróleo no exterior. Às 11h16, os papéis preferenciais —mais negociados— da petrolífera tinham valorização de 2,99%, para R$ 10,32. As ações ordinárias avançavam 3,27%, para R$ 11,34, no mesmo horário.

A queda dos papéis do Itaú Unibanco pesa sobre a Bolsa nesta sessão. O banco viu seu lucro subir 22,1% no segundo trimestre do ano, para R$ R$ 5,984 bilhões, mas também registrou aumento do nível de calote. Às 11h16, as ações do banco tinham queda de 1,60%, para R$ 29,44.