segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Bovespa fecha em queda de 3% — menor patamar desde 2009

Veja

Bolsa chegou a cair 6%, mas queda foi amenizada depois do anúncio

de corte nos ministérios



Bovespa, em São Paulo
Bovespa, em São Paulo: Bolsa brasileira chegou a cair 6,5% na abertura do pregão(Reinaldo Canato/VEJA)
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, fechou nesta segunda-feira com queda de 3,03%, no menor patamar em mais de seis anos, influenciado pela onda de pânico que dominou os mercados globais por temores ligados à desaceleração da economia chinesa. O giro financeiro totalizou 7,3 bilhões de reais. No pior momento, logo após a abertura, o índice de referência do mercado acionário brasileiro chegou a desabar 6,5%.
Bolsas derretem com o temor sobre a China
Bolsas derretem com o temor sobre a China(Google/Reprodução)
As principais bolsas da Europa, dos Estados Unidos e da Ásia tiveram o pior dia desde 2008 e encerraram o pregão desta segunda-feira com fortes perdas, pressionadas pelo tombo nas ações da China e novos temores sobre o crescimento global. Nesta segunda-feira, o Xangai Composto, principal índice acionário chinês, fechou em queda de 8,5%, anulando os ganhos de todo o ano.
A sessão europeia começou tensa, com uma forte onda de vendas. As bolsas de Frankfurt, Paris e Madri chegaram a cair 7%, mas reduziram as perdas no fim dos negócios. O índice europeu Stoxx 600 fechou em queda de 5,33%, aos 342,01 pontos, o maior recuo porcentual desde o auge da crise financeira mundial, em dezembro de 2008. Se a queda do índice prosseguir nos próximos dias, agosto poderá terminar como o pior mês desde setembro de 2002, quando foi registrado recuo de 14,1%.
O temor de um colapso dos preços das commodities também afetou as negociações das ações em Frankfurt. Assim, as ações da RWE recuaram 9,11% e da E.ON perderam 8,60%. O índice de referência DAX teve baixa de 4,70%, para 9.648,43 pontos.
A Bolsa de Paris fechou em queda de 5,35%, aos 4.383,46 pontos, o maior recuo desde novembro de 2011. As ações de companhias altamente expostas à China se destacaram entre as perdas - os papéis da siderúrgica ArcelorMittal recuaram 9,48% e da empresa de energia Total cederam 7,90%.
O índice FTSE-MIB, da Bolsa de Milão, recuou 5,96%, fechando em 20.450,43 pontos. A Bolsa de Madri caiu 5,01%, para 9.756,60 pontos, e a de Lisboa cedeu 5,80%, para 4.981,26 pontos.
Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones registrou a maior queda diária em pontos de sua história no início do pregão desta segunda-feira, de 1.089 pontos. Antes da abertura do mercado em Nova York, os futuros do Dow Jones, da Nasdaq e do S&P 500 chegaram a cair cerca de 5%. O NYSE Group, operador da Bolsa de Nova York, invocou a raramente usada "regra 48", que relaxa algumas regras de operação na tentativa de garantir uma abertura suave dos negócios. A regra é usada quando as operações antes da abertura da sessão regular estão especialmente voláteis.
No fechamento das bolsas americanas, o índice Dow Jones caiu 3,57%, enquanto o S&P 500 recuou 3,94% e a Nasdaq caiu 3,92%.

Os temores com a economia da China também fizeram com que as commodities tivessem forte baixa, prejudicando o desempenho de ações de mineradoras e petroleiras. Em Londres, o índice FTSE-100, onde essas companhias têm bastante peso, teve a décima sessão consecutiva em queda e fechou em baixa de 4,67%, aos 5.898,87 pontos. Essa foi a maior queda porcentual diária desde março de 2009. Entre as principais baixas, os papéis da Glencore recuaram 13,02% e da BP perderam 7,32%.