domingo, 29 de dezembro de 2024
Biden se arrepende de desistir da reeleição, diz jornal norte-americano
Presidente dos Estados Unidos acredita que poderia ter derrotado Donald Trump no pleito
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se arrependeu de ter saído da disputa pela reeleição, informou o jornal norte-americano Washington Post. Conforme fontes anônimas, o democrata e seus assessores afirmam que o melhor era permanecer e enfrentar o adversário, Donald Trump.
Biden cedeu à pressão de líderes do Partido Democrata, depois de enfrentar dificuldades em pesquisas e ter uma performance ruim em um debate contra Trump, em junho. A decisão abriu caminho para a vice-presidente Kamala Harris liderar a chapa democrata.
No entanto, Kamala foi derrotada por Trump, que assumirá a Presidência para um segundo mandato em 20 de janeiro. Biden tem sido cuidadoso para não culpar Kamala ou a sua campanha pela derrota, mas reconheceu que Nancy Pelosi, expresidente da Câmara, desempenhou papel crucial ao pressioná-lo a sair.
Nancy estava preocupada de que a presença de Biden afetasse as chances democratas nas eleições legislativas. Em entrevista ao CBS News Sunday Morning em agosto, Biden admitiu que Pelosi liderou a pressão devido a preocupações com a reeleição dos democratas no Congresso.
\Em setembro, no programa The View, ele expressou confiança de que teria vencido Trump em novembro, mas isso não se refletiu no sucesso eleitoral de Kamala.
Reflexões dos democratas
Muitos democratas culpam a derrota de Kamala pela decisão tardia de Biden em desistir. Biden prometeu ser um presidente transitório, servindo apenas um mandato antes de passar o comando para uma nova geração. O senador Richard Blumenthal comentou que a candidatura de Biden desafiou o conceito de transição.
Alguns conselheiros próximos do democrata, sem criticá-lo diretamente, apontam que seu estilo de governança tradicional não se alinha com as demandas da política moderna. Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional, destacou que Biden opera em um horizonte de décadas, enquanto o ciclo político é de quatro anos.
Os arrependimentos de Biden
Nas últimas semanas, Biden reconheceu erros durante seu mandato, incluindo falhas no debate e a decisão de não colocar seu nome nos cheques de alívio da pandemia de 2021. Além disso, ele se arrependeu de ter escolhido Merrick Garland como procurador-geral, criticando sua abordagem em casos envolvendo seu filho, Hunter
O atual presidente também expressou frustração com a lentidão de Garland em processar Trump por envolvimento nos eventos de 6 de janeiro, cujas acusações foram arquivadas. Ele e seus assessores admitiram que poderiam ter elevado melhor o ânimo dos americanos durante a pandemia.
Revista IOeste
sábado, 28 de dezembro de 2024
Veja os deputados que mais gastaram com cotas parlamentares em 2024
Ao todo, os parlamentares gastaram R$ 215 milhões; parlamentar Gabriel Mota (Republicanos-RR) lidera o uso da verba
Os deputados federais gastaram cerca de R$ 215 milhões em cotas parlamentares neste ano. Os recursos, oriundos dos cofres públicos, cobrem despesas como passagens aéreas e terrestres, hospedagens, aluguel de veículos, promoção de atividades na mídia e manutenção de escritórios. Os dados sobre as cotas parlamentares foram obtidos a partir das informações disponíveis nos dados abertos da Câmara dos Deputados.
Dos 513 parlamentares, 87 gastaram pelo menos R$ 500 mil até o início de dezembro. Gabriel Mota (Republicanos-RR) lidera a lista dos maiores gastos, com R$ 611 mil. + Leia mais notícias de Política em Oeste Em segundo lugar está o deputado Átila Lins (PSD-AM), que gastou R$ 578 mil, o qual é seguido por João Maia (PP-RN) com R$ 569 mil. Pompeo de Mattos (PDT-RS) e Dagoberto Nogueira (PSDB-MS) também estão entre os que mais gastaram, com despesas de R$ 566 mil e R$ 565 mil, respectivamente.
Deputados mais econômicos
O deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) foi o mais econômico, solicitando o reembolso de apenas R$ 15 mil, usados exclusivamente para passagens aéreas. Outros parlamentares que controlaram gastos foram Daniel Soranz (PSD-RJ), com R$ 29 mil, e Ricardo Guidi (PL-SC), que gastou R$ 40 mil. Fausto Santos Júnior (União-AM) e Adriana Ventura (Novo-SP) também aparecem entre os menos gastadores, com R$ 44 mil e R$ 44,2 mil, respectivamente.
As cotas parlamentares são reembolsos fornecidos pelo Congresso para cobrir custos do exercício do mandato, ajustados conforme a distância dos Estados de origem dos deputados até Brasília. Os valores mensais variam de R$ 36,5 mil para deputados do Distrito Federal a R$ 51,4 mil para aqueles de Roraima. No entanto, passagens aéreas representam apenas 15% dos gastos totais das cotas em 2024.
Destinação dos recursos das cotas parlamentares A maior parte dos recursos, 38%, foi destinada à divulgação da atividade parlamentar, somando R$ 82,2 milhões. Esse montante financiou agências de publicidade, produtoras de conteúdo audiovisual e impulsionamento de conteúdo nas redes sociais.
Outras despesas significativas incluem R$ 59 milhões em combustível e aluguel de veículos, e R$ 38 milhões em manutenção de escritórios, tanto na capital federal quanto em outras localidades. Esses valores não incluem os salários dos assessores, que são de até 25 por deputado, pagos com a verba de gabinete, que totalizou R$ 672 milhões neste ano.
Revista Oeste
Mário Sabino - Roubo via emendas no Congresso só ocorre porque mataram a Lava Jato
Assistimos à retomada natural do mecanismo corrupto que a maior operação do país estava explodindo quando foi assassinada
Graças a Flávio Dino, Lula não teve de entregar (até o momento) a dinheirama que prometeu aos chefões do Congresso, essa gente reta e vertical, em troca da votação do pacotinho fiscal. Flávio Dino não apenas suspendeu o pagamento da chantagem de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares, um butim coletivo de dinheiro público do qual se esconde a identidade dos ladrões, como ainda mandou a PF investigar quem iria abocanhá-las.
Muito bem, parabéns, nota cem. Mas o episódio me faz lembrar que, no auge da Lava Jato, os seus detratores diziam que a operação representava a “criminalização da política”, como se os procuradores da força-tarefa e o então juiz Sergio Moro vissem ilicitudes no que seriam apenas negociações legítimas e naturais do jogo de poder, o notório toma lá, dá cá.
Ninguém acusa, agora, Flávio Dino de estar “criminalizando a política”. É porque essa tapeação só valia para desqualificar quem tentava explodir a partir de fora o mecanismo patrimonialista e corrupto que degringola o Brasil, acreditando que o país poderia viver sob o império de leis e princípios que nunca seriam rasgados. Salvo engano, ninguém também associa essa vergonha de “malas de dinheiro sendo apreendidas em aviões, cofres, armários ou jogadas por janelas”, para citar o despacho do ministro do STF, com o extermínio da Lava Jato.
Mecanismo destruído pela Lava Jato está de volta à cena política Estamos assistindo, no entanto, à retomada natural do mecanismo, registrada por gringos, inclusive, depois que a operação foi assassinada e teve a sua reputação trucidada por magistrados, advogados e jornalistas, dos quais a ingenuidade, quando existe, é o mais pálido dos defeitos. E ele, o mecanismo, voltou a funcionar com mais agressividade, como era de se esperar, em se tratando de recidiva.
Não é preciso vestir branco para ser claro: não haveria mais esse espetáculo de malas de dinheiro público roubado sob os nossos narizes, se a Lava Jato tivesse sobrevivido e o seu saneamento houvesse chegado a todos os poderes desta infausta República. Se não tivessem anulado os processos sob as justificativas mais infames. Se não tivessem inocentado e soltado os condenados, permitindo que eles voltassem ao comando do país. Se não tivessem restabelecido a mais absoluta impunidade a gente poderosa que se dedica diuturnamente a saquear os brasileiros.
Lula era crítico das emendas de relator | Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo
“A história causou a patologia, forneceu o diagnóstico e pronunciou o veredicto. O messianismo da Lava Jato, na sua tentativa de transformar o Brasil naquilo que ele não é, um país de moralidade anglo-saxônica ou, pelo menos, de moralidade latino-tropical menos dúctil, é a outra face do fatalismo que nos amaldiçoa, pincelado por visões edênicas enganadoras. O quadro geral sempre foi o de dissolução, ferocidade, ignorância, rapacidade. Tais são os valores imanentes do caráter nacional, seja à direita ou à esquerda”, afirmei e repito.
Revista Oeste