Ao Diário do Poder, comunicador falou sobre a nova vida nos Estados Unidos
O comunicador Bruno Aiub, o famoso Monark. (Foto: reprodução youtube)
O comunicador Bruno Aiub, o Monark, está, definitivamente, fora do Brasil para fugir de novas aplicações de multas, ‘derrubadas’ de canais na internet, e outras sanções impostas sobre seu trabalho. Monark se tornou um ‘exilado político’ em busca de liberdade para continuar atuando no mercado de geração de conteúdo. Ao Diário do Poder, ele contou detalhes sobre a fase de adaptações nos Estados Unidos.
“A ideia de vir aos Estados Unidos é intuitiva porque os EUA têm proteções muito fortes, devido a primeira emenda da Constituição: a liberdade de expressão. Então, se tem algum país no mundo onde é mais difícil o Estado calar as pessoas é nos EUA”.
Perguntado se o Governo Lula tem responsabilidade no avanço do cerceamento da liberdade de expressão no Brasil, Monark avaliou que há uma ‘elite internacional’ implementando censura no mundo.
“Eu acho que o governo Lula é um fantoche das verdadeiras pessoas que tem uma parcela de responsabilidade nisso, entendeu? O Lula é apenas o homem que tem que aparecer na frente. Eles [players internacionais] usam a história lendária do Lula como uma forma de justificar que ele esteja no poder como o pião. Mas quem está por trás da censura sãos os players internacionais”.
A saída do Brasil ‘resetou’ a vida e os projetos do comunicador. Durante a entrevista ao Diário do Poder, ele até expôs parte da casa onde, atualmente, mora. Em virtude do foco em reiniciar o projeto ‘Monark Talks’, o precursor do gênero podcast no Brasil diz que mobiliar o lugar onde vive não é ‘prioridade’.
Monark disse ainda que enquanto houver insegurança jurídica no Brasil, não cogita voltar. E descartou entrar para a política partidária. Ele acredita que a sinceridade, no ambiente político, o destruiria.
Confira na íntegra:
DP: Por que você decidiu mudar para os Estados Unidos?
A ideia de vir aos Estados Unidos é intuitiva porque os EUA têm proteções muito fortes, devido a primeira emenda da Constituição: a liberdade de expressão. Então se tem algum país no mundo onde é mais difícil o estado calar as pessoas é nos EUA. Não que não esteja ocorrendo coisas esquisitas nos EUA também, principalmente com aquela coisa toda de 6 de janeiro. Eu queria ficar no Brasil, para ser sincero, mas eu senti que seria preso se continuasse, porque a censura foi aumentando. Primeiro eu perdi um canal, depois perdi outro, perdi vários canais em tempos diferentes, sem nenhuma justificativa, só porque eu falei opiniões que a Suprema Corte não concorda. Aí começou a vir um negócio de multa, né? Eu percebi que eles estavam apertando mais e isso não ia parar.
DP: Que visão você tem dessa relação entre política e Judiciário aqui no Brasil? Que caminho você acha que nós estamos trilhando e que resultado provavelmente a gente vai ter disso?
Monark: Eu acho que o Alexandre de Moraes e o STF foram utilizados, nesses últimos anos, como uma carta coringa, para meio que… guiar a política no Brasil. Eles dão a última palavra e ‘são’, ainda, a última palavra em muitos assuntos. Estão legislando, ignorando a Constituição. Então acho que se a gente continuar nesse caminho, a gente vai ter o fortalecimento do Poder Judiciário a tal ponto que os outros poderes irão ser meros coadjuvantes, serão pessoas que estarão ali só para dizer que existe a instituição, mas de verdade, tudo se resolve apenas no Supremo.
Monark: Eu acho que o governo Lula é um fantoche das verdadeiras pessoas que tem uma parcela de responsabilidade nisso, entendeu? O Lula é apenas o homem que tem que aparecer na frente, eles usam a história lendária do Lula como uma forma de justificar que ele esteja no poder como pião deles. Mas quem está por trás da censura são os players internacionais. Não é um movimento nacional, não começou daqui, não foi a elite brasileira que falou ‘vamos implementar censura aqui agora no país, esse é o caminho’. Isso foi a elite internacional que está implementando censura no mundo todo. O Brasil, por ser um país que é frágil, politicamente falando, por não temos uma qualidade muito alta dos nossos políticos eleitos, se tornou vulnerável a essa agenda e sucumbiu antes de muitos outros países, mas essa agenda não é nossa.
DP: Você consegue pensar em um retorno para o Brasil? Sob quais circunstâncias você voltaria?
Monark: Olha, eu acho que enquanto existir essa insegurança jurídica enorme que a gente vive é difícil voltar. A gente esquece porque acontece muita coisa no Brasil, mas nessa novela, já teve jornalista que apanhou na cadeia e ficou tetraplégico, teve um cara que botou fogo em si mesmo em protesto ao Xandão e morreu. Então teve muitas coisas que aconteceram no passado e que mostram que o país não é mais seguro para você lutar politicamente através das vias políticas, porque a política não existe mais de verdade, é uma ditadura e ela vai perseguir todo mundo que incomoda.
DP: Você cogita um dia participar da política partidária?
Monark: Não. Não estou nem um pouco interessado nisso. Porque eu não sou bom nisso. Sou autêntico, sem filtros, isso acabaria me destruindo na política, como acabou me destruindo no campo dos comunicadores, né?
DDP: Eu vi você falando na TV
que não
tem nada na sua casa nova,
você já mobilou?
Monark: Só comprei as coisas do podcast, entendeu? O resto são quatro quartos vazios. A minha prioridade agora é terminar o estúdio e começar a trabalhar, porque eu fui proibido de ganhar dinheiro, então se não tem grana entrando pra mim, eu não posso agir como se eu fosse multimilionário.
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