segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Projetos de infraestrutura são prioridade, diz Tarcísio de Freitas, mesmo com restrições nos gastos

O ministro da Infraestrutura afirmou que governo realizou 121 leilões desde 2019 com a contratação de R$ 610 bilhões para os projetos


Tarcísio Freitas, ministro da Infraestrutura de Jair Bolsonaro; segundo ele, a grande fronteira a ser rompida no setor de infraestrutura é a expansão do modelo conhecido pelo nome de project finance Foto: Adriano Machado/ Reuters - 2/9/2021


O ministro da InfraestruturaTarcísio Freitas, voltou a destacar o êxito da carteira de projetos de infraestrutura do governo. Durante evento do setor, o ministro fez um balanço dos projetos e afirmou que a infraestrutura tem sido uma área prioritária para o governo, apesar das restrições para investimentos com recursos públicos. 

“Foram realizados 121 leilões desde 2019, com R$ 610 bilhões contratados em energia, rodovias e aeroportos. O atual governo considerou a infraestrutura como um tema de Estado”, afirmou o ministro durante painel na Conferência P3C, evento focado no setor de parceiras público-privadas e concessões de infraestrutura.

Tarcísio Freitas observou que anteriormente os projetos de infraestrutura eram viabilizados por meio de uma política de juros subsidiados, que davam uma “falsa sensação” de que faziam sentido. “No final das contas, isso gerava uma sensação de mercado fechado”, afirmou. 

Além disso, o ministro ponderou que não houve descontinuidade do programa de infraestrutura, o que traz segurança ao investidor.“Hoje, os projetos são bancáveis por si só, temos observado um crescimento do mercado de capitais no funding (financiamento).”

Segundo Freitas, a grande fronteira a ser rompida no setor é a expansão do modelo conhecido pelo nome de project finance, quando o financiamento da obra é pago com os recursos do caixa gerado pela própria operação do serviço. 

“Haverá um despejo de investimentos no Brasil, com financiamentos baseados e lastreados no próprios projetos, o que já está virando realidade. Já temos exemplos de projetos assim, com motivação dos bancos em realmente abraçá-los.”

O presidente da CCR LamVias, Eduardo Camargo, disse que, após arrematar inúmeros leilões neste ano, a companhia continuará investindo. "A CCR tem intenção de continuar investindo, somos o principal investidor de infraestrutura na América Latina. Continuamos com ambição grande nos três modais em que atuamos, temos um balanço ainda saudável para poder alavancar a companhia e colocar mais investimentos na praça."

A emissão de dívida tem cumprido um papel relevante para suprir a queda na captação de capital via oferta de ações e a redução de fontes de financiamento com recursos públicos, que sempre foram fontes importantes para o setor. Segundo o diretor financeiro da B3, Daniel Sonder, a própria empresa já promoveu R$ 126,2 bilhões em ofertas de ações neste ano, sejam primárias ou secundárias. O volume em emissões de dívida, porém, é maior.

A emissão de dívida tem cumprido um papel relevante para suprir a queda na captação de capital via oferta de ações e a redução de fontes de financiamento com recursos públicos, que sempre foram fontes importantes para o setor. Segundo o diretor financeiro da B3, Daniel Sonder, a própria empresa já promoveu R$ 126,2 bilhões em ofertas de ações neste ano, sejam primárias ou secundárias. O volume em emissões de dívida, porém, é maior.

"Foram R$ 211 bilhões de ofertas de dívida. Este é um mercado que tem crescido muito, especialmente a partir do momento em que bancos públicos deixam de ter um papel principal de fornecer capital para empresas no País", observou ele durante o evento.

Somente em infraestrutura, segundo Sonder, a B3 promoveu R$ 96 bilhões em concessões e alienações neste ano. "A pandemia não fez a agenda de infraestrutura parar. Foram mais de 70 leilões desde março (de 2020), quase 250 proponentes e mais de 145 ativos licitados."

No entendimento do executivo da B3, o ambiente regulatório e de projetos no Brasil está estimulando investimentos em infraestrutura. "A partir de 2019, tivemos uma retomada forte de concessões, também no nível estadual", diz.

Juliana Estigarríbia, O Estado de S.Paulo