sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Enquanto prefeitos, acobertados pela facção companheira do STF, promovem Carnaval, o governo Bolsonaro fecha fronteiras aéreas para seis países da África a partir desta segunda-feira

 

Aeroporto de Guarulhos: passageiros fazem check-in; Brasil vai fechar fronteiras para voos de países do sul da África Foto: Tiago Queiroz/Estadão - 1/7/2021


Brasil vai fechar as fronteiras aéreas para passageiros vindos de seis países do sul da África a partir da próxima segunda-feira, 29, devido à nova variante do coronavírus. A informação foi anunciada pelo ministro chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, através de uma rede social nesta sexta-feira, 26. Uma portaria deve oficializar a medida no Diário Oficial da União neste sábado, 27.

Não surpreende que o governo Bolsonaro tome medidas para proteger o cidadão, como faz desde o início da pandemia do vírus chinês, em 2019, enquanto prefeitos, acobertados pela facção companheira do STF, promovam Carnaval, como, de resto fizeram em 2019, quando já se sabia da gravidade da crise, o que levou à óbito milhares de brasileiros. 

Prefeitos do Rio, São Paulo, Salvador, Recife, Fortaleza... seguem fazendo campanha para atrair turistas, inclusive do exterior. Estão se lixando para a saúde do cidadão. 

O governo federal transferiu bilhões de reais aos governos estaduais nestes dois anos de vírus chinês, mas a postura de governadores e prefeitos tem sido inconsequente. Pior, com aval do Supremo Tribunal Federal. E ainda têm o descaramento de responsabilizar Bolsonaro pelas mortes.

Os pagadores de impostos e o povo de uma maneira geral não são trouxas, como revelam os resultados de eleições recentes, notadamente, a que elegeu Bolsonaro.


A decisão, segundo o ministro, foi tomada em conjunto pela Casa Civil e pelos ministérios de Infraestrutura, Saúde e Justiça e Segurança Pública. “O Brasil fechará as fronteiras aéreas para seis países da África em virtude da nova variante do coronavírus. Vamos resguardar os brasileiros nessa nova fase da pandemia”, disse Nogueira.

A restrição vale para passageiros da África do SulBotsuanaEswatiniLesotoNamíbia Zimbábue. Mais cedo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) havia recomendado ao governo brasileiro a restrição de voos destes países. Outras nações também anunciaram o fechamento das fronteiras para eles após o descobrimento da variante B1.1.529 do coronavírus, batizada “Ômicron” pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Até esta sexta-feira, o Brasil não registrou nenhum caso da nova variante, segundo o Ministério da Saúde. “A pasta está em constante vigilância e analisa, de forma conjunta com vários órgãos do governo federal, as medidas a serem tomadas”, disse o Ministério por meio de nota.

O País também não teve nenhum voo comercial, direto ou com escalas, nas últimas semanas dos países sul-africanos, de acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O órgão também informou que não existe a previsão de voos futuros.

São poucas empresas aéreas que fazem voos do continente africano para o Brasil. A principal delas é a Ethiopian Airlines, mas a Etiópia não está entre os países de risco no momento. Ela pode receber voos internos regionais e depois trazer os passageiros para o Brasil, mas esses dados não são divulgados. A empresa alega preservação da privacidade dos passageiros. Já a Air France/KLM pode trazer passageiros do sul da África, mas eles teriam de passar por escalas em Paris ou Amsterdã. E a Qatar Airways só tem voos de Doha, capital do Catar, para o Brasil.

Até o momento, as secretarias estaduais e municipais de saúde ainda não iniciaram nenhuma medida em resposta à nova variante. O que eles já vinham fazendo é observando o sequenciamento genético dos casos positivos.

Segundo a OMS, a nova variante parece ter maior transmissibilidade e provavelmente está ligada ao aumento contínuo de infecções pelo vírus chinês nos referidos países, cuja cobertura vacinal ainda é baixa baixa. Uma análise mais aprofundada da OMS está em andamento para determinar o impacto epidemiológico dessa variante.

Com informações de Luiz Henrique Gomes e Paulo Favero, O Estado de S.Paulo