Juan Pablo Biondi era um dos integrantes do governo mais próximos do presidente argentino
A crise que atinge o coração do governo peronista de Alberto Fernández e Cristina Kirchner na Argentina ganhou um novo capítulo nesta sexta-feira, 17. O secretário de Comunicação e Imprensa, Juan Pablo Biondi, pediu demissão em caráter irrevogável, em meio à dança das cadeiras no ministério desencadeada pelo presidente para tentar agradar sua vice.
Considerado uma das pessoas mais próximas de Fernández, Biondi, em carta, anunciou que sua decisão de deixar o governo se deve à pressão de aliados de Cristina. Ele disse ainda que espera que sua demissão “contribua para pacificar, em parte, os momentos difíceis vividos hoje”.
“Me ofendem e me fazem lamentar as más interpretações que fez sobre mim a senhora vice-presidente, Cristina Fernández de Kirchner, por considerá-la uma líder indiscutível do espaço político que ela representa junto a nós”, diz Biondi no texto. “Sempre fui uma peça de harmonia, concórdia e tolerância em minhas funções.”
Como informou Oeste, a relação entre presidente e vice-presidente da Argentina está abalada, principalmente depois da derrota da esquerda nas eleições primárias legislativas. Na quinta-feira 16, Cristina publicou uma carta aberta à nação com duras críticas a Fernández. “Quando tomei a decisão, e faço na primeira pessoa do singular porque foi assim mesmo, de propor Alberto Fernández como candidato a presidente de todos os argentinos, fiz com a convicção de que era o melhor para o meu país”, escreveu a ex-chefe de Estado. “Peço apenas ao presidente que honre essa decisão, mas acima de tudo levando também as suas palavras e convicções.”
Leia também: “Argentina: o eterno flerte com o suicídio”, reportagem publicada na Edição 68 da Revista Oeste
Fábio Matos, Revista Oeste
