A Idea é um fórum internacional não governamental, do qual participam 37 ex-chefes de Estado e governo, de centro e direita. O grupo se propõe a, em sua própria definição, "observar e analisar os processos e experiências democráticos iberoamericanos, refletir sobre as vias e meios que permitam a instalação da democracia onde não existe e sua reconstituição onde de deteriorou".
Dentre os signatários do documento estão José María Aznar da Espanha, Felipe Calderón e Vicente Fox, do México, Fernando de la Rúa, da Argentina, e Álvaro Uribe, da Colômbia. O único integrante brasileiro da iniciativa, Fernando Henrique Cardoso, não assinou a carta.
O documento também se refere a decisões do Grupo de Lima, formado em agosto de 2017 por Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lucia, que, em diversas decisões, condenou a “ruptura da ordem democrática na Venezuela”, denunciou “a violação da institucionalidade democrática” e criticou o processo venezuelano por ser um “processo eleitoral ilegítimo e carente de credibilidade”.
Em função disso, o Grupo de Lima concordou, lembra a Ideia, em "reduzir o nível de relações diplomáticas" com o governo de Maduro, em "não reconhecer a legitimidade do processo eleitoral" que levou à reeleição do presidente, em maio passado, e em ignorar "operações do governo venezuelano que não têm o apoio da Assembleia Nacional".
Tendo esses pontos em vista, os presidentes requerem "respeitosamente aos presidentes eleitos do México e do Brasil, André Manuel López e Obrador e Jair Bolsonaro, cujos estados são membros do Grupo de Lima, a ser consequentes e manter o cumprimento dos compromissos adotados sobre a Venezuela".
López Obrador, de esquerda, deve assumir no dia 1º de dezembro. Ele afirmou que, conforme prometido durante a campanha, seu governo aplicará uma política de não intervenção na Venezuela. A posse de Bolsonaro será em 1º de janeiro.
O Globo