A EDP, empresa de energia com ativos de geração, distribuição e linhas de transmissão a construir, vai dobrar o valor que costuma investir por ano e chegar a R$ 2 bilhões a cada período, segundo o diretor-executivo Miguel Setas.
“Até o fim de 2018, deveremos fazer aportes de R$ 1,4 bilhão, 40% a mais que a média histórica. A partir de 2019, serão mais de R$ 2 bilhões.”
A expectativa é que a receita também seja multiplicada por dois entre 2017 e 2020.
Uma parte dos novos rendimentos virá de um segmento novo: linhas de transmissão.
“O setor não nos gera nada hoje, mas deverá representar 20% do negócio em 2021.”
A empresa tem dois projetos já em andamento, um no Espírito Santo e outro em Santa Catarina, em fase de licenciamento. Poderá haver ainda outras linhas, segundo Setas.
“Há um leilão de transmissão marcado para o fim deste ano. A competição no setor hoje é intensa, mas nós vamos dar lances pelos lotes.”
O mercado tarifado, de consumidores comuns de luz, é outro cuja receita deve crescer.
“Reforçamos as distribuidoras, organizamos as redes, há mais automação e as tarifas serão revistas pela Aneel (agência de regulamentação).”
O executivo diz defender a ampliação do número de térmicas a gás natural para evitar que o risco hidrológico no Nordeste possa afetar preços.
“Deve vir um estudo da EPE (Empresa de Pesquisas Energéticas), mas é preciso subir em pelo menos 5 mil MW a potência instalada”, afirma.
Atualmente, essa fonte tem 12,6 mil MW de potência.
“Quando falta água e o preço estiver no topo, esse é o momento em que uma térmica a gás natural vai fazer sentido"
Miguel Setas, CEO da EDP
Miguel Setas, CEO da EDP
Folha de São Paulo