O empreiteiro César Mata Pires Filho, alvo da 56ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Sem Fundos, se entregou à Polícia Federal na noite deste domingo, 25. O empresário, dono da empreiteira OAS, teve a prisão temporária decretada na sexta-feira, 23, pela juíza federal Gabriela Hardt, mas não foi detido na ocasião porque estava em viagem aos Estados Unidos. Ele se apresentou à sede da PF em Curitiba, conforme compromisso assumido pela sua defesa com a magistrada.
Pires Filho é acusado de participar do esquema de pagamento de propina a ex-dirigentes da Petrobras e do Fundo Petros no âmbito da construção da Torre Pituba, sede da estatal em Salvador, quando era vice-presidente da OAS. Parte das vantagens indevidas também foram destinadas ao Diretório Nacional do PT, segundo o Ministério Público Federal.
A procuradoria afirma que as empreiteiras OAS e Odebrecht distribuíram propinas de 68 milhões de reais durante a construção da sede da petrolífera na capital baiana. Inicialmente orçado em 320 milhões de reais, o empreendimento custou mais de 1,32 bilhão de reais.
A 56ª fase da Lava Jato teve expedidos 68 mandados de busca e apreensão, oito mandados de prisão preventiva e 14 mandados de prisão temporária, distribuídos nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia. As investigações apuram crimes de corrupção ativa e passiva, gestão fraudulenta de fundo de pensão, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Além de Pires Filho, a Polícia Federal também mirou o ex-presidente do Fundo Petros Wagner Pinheiro, Marice Correa, cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, e o marqueteiro ligado ao PT Valdemir Garreta.
O advogado Aloísio Lacerda Medeiros, defensor de César Mata Pires Filho, confirmou que seu cliente se apresentou à Polícia Federal na noite deste domingo e disse que ele irá prestar todos os esclarecimentos à Polícia Federal e à Justiça.
Com Estadão Conteúdo