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"Acho que isso veio em grande parte da atuação do PT nos últimos 12 anos e do ex-presidente [Luiz Inácio] Lula, nos discursos que ele sempre trouxe, de colocar um contraponto entre trabalhadores e empresários. Nós contra eles. Os ricos contra os pobres. Isso é lamentável, pois estamos em uma guerra de extremos no Brasil, e não precisa ser assim. Se quiserem colocar um lado contra o outro, seria os que pagam impostos contra os que recebem", disse, referindo-se à sociedade e a classe política, respectivamente.
O movimento Vem Pra Rua foi criado em outubro de 2014 e atualmente é um dos principais grupos contra a atual gestão do governo federal. Além de mobilizar osprotestos de 15 de março, já está agendando novos atos para abril.
Para Chequer, o movimento político pretende atuar como "caçador de pizzas", em alusão à possibilidade das investigações sobre a Operação Lava Jato e o escândalo da Petrobras não levem às punições dos culpados. Também discordou que estaria se concentrando apenas na oposição a Dilma.
"Nosso caminhão [no protesto em São Paulo, no último dia 15 de março] trazia os nomes de todos os acusados na lista do [procurador-geral Rodrigo] Janot. Queremos monitorar os processos de investigação e punição, que envolvem o governo, mas estão ligados ao Congresso. Será uma investigação neutra? Haverá interferência entre os poderes? Estamos criticando qualquer possibilidade de pizza, estamos nos colocando como caçadores de pizza", disse Chequer.
O empresário voltou a negar que o Vem Pra Rua prega o impeachment da presidente Dilma Rousseff. "Nenhuma das acusações traz bases que dariam início ao processo [de impeachment] como deveria, mas isso pode mudar a qualquer instante."
Chequer também rebateu acusações comuns de que o movimento é elitista, afirmando que 34% dos participantes da passeata na avenida Paulista, no dia 15 de março, eram de pessoas com renda de zero a dois salários mínimos; e que o Vem Pra Rua também é contra golpismo ou intervenção militar.
"Quando você marca [a data do ato], as pessoas vão às ruas também e não tem nada que possamos fazer pra evitar", declarou, referindo-se aos participantes pró-golpe.