Integrantes do PSDB e do PPS querem quebrar o sigilo fiscal e telefônico do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e convocar o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci a dar explicações sobre eventual envolvimento dele no esquema de desvios de recursos na Petrobras
Integrantes do PSDB e do PPS ingressaram com requerimentos para que a CPI da Petrobras convoque os ex-ministros da Casa Civil José Dirceu e da Fazenda Antônio Palocci. No caso de Dirceu, os parlamentares também querem a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico do ex-ministro. Os requerimentos serão votados nesta terça-feira (24).
Dirceu foi alvo de dois pedidos de quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico e outros dois pedidos de convocação. Ambos foram protocolados pelo líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP) e pelos deputados Eliziane Gama (PPS-MA) e Moses Rodrigues (PPS-CE).
Segundo o líder do PSDB na Câmara, a quebra de sigilo de Dirceu é importante para elucidar as relações dele com o esquema de propina na Petrobras. O ex-ministro foi apontado pelo doleiro Alberto Youssef, em suas delações premiadas, como sendo um elo entre o executivo da Toyo Setal Júlio Camargo com o Partido dos Trabalhadores (PT).
“O Senhor José Dirceu, conforme as investigações do Ministério Público e da Polícia Federal, e divulgadas pela imprensa investigativa, manteve relacionamento com esse esquema. Consta, por exemplo, que, em acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF), o doleiro Alberto Youssef afirmou ter intermediado pagamento de propina das empresas Camargo Corrêa e Mitsui Toyo ao Partido dos Trabalhadores (PT) por meio do ex-ministro José Dirceu e do tesoureiro petista João Vaccari Neto”, afirma Sampaio no pedido de quebra de sigilo do ex-ministro.
No caso específico de Palocci, os parlamentares querem convocá-lo a depor sob o argumento de que ele pediu R$ 2 milhões ao ex-diretor de refino e abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa para a campanha de 2010. Esse requerimento de convocação foi assinado pelos deputados Eliziane Gama (PPS-MA) e Moses Rodrigues (PPS-CE).
“Além dessa denúncia, Youssef, em sua delação premiada de outubro de 2014, teria afirmado que os ex-ministros petistas Antonio Palocci e José Dirceu eram as ‘ligações’ do PT com Júlio Camargo, acusado de ser operador financeiro em contratos suspeitos de pagamento de propina da Petrobras”, afirma o requerimento dos parlamentares do PPS.
Uma eventual convocação de Dirceu e Palocci ou a quebra de sigilo do ex-ministro da Casa Civil é vista por alguns parlamentares como uma nova derrota do governo na CPI.