O Aurelius Capital Management, um fundo de investimentos de Nova York que detém títulos de dívida da Petrobras, está exortando outros credores da empresa a enviar um “aviso de default” pelo fato da estatal não ter publicado ainda seus números do terceiro trimestre.![Graça Foster](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_sEYMP2-cROX_cmUoac8ga-VgwJJh2wzOO7j7GI-94ZabPzM0zFfQtluFLom2Ji5xqIG0HsMhRD-3pA1XETZOgls7VLvqC8X-QG5-A1pec4NorHDdAx5zbMQA2g1tgdXer7NlY1SGo30B62cSr-bfjFQAxMOnA=s0-d)
Os contratos que regem os títulos de dívida (bonds) da Petrobras estabelecem que a estatal tinha até hoje para publicar seu resultado do terceiro trimestre — prazo que a empresa não cumpriu. A partir do “aviso de default”, a estatal tem 60 dias para publicar o balanço. Se não cumprir este prazo, a Petrobras entrará em “default técnico,” o que significa que ela está descumprindo os contratos com os credores — mesmo que continue em dia com seus pagamentos.
Um “default técnico” permite que credores que coletivamente detenham 25% de qualquer emissão de bonds da Petrobras possam se reunir em um grupo e exigir o resgate imediato de seus títulos, obrigando a Petrobras a fazer desembolsos bilionários num momento em que seu caixa é curto.
A exortação do Aurelius não tem nenhuma implicação relevante para a Petrobras neste momento, mas é mais um capítulo na escalada da tensão sobre a possibilidade da empresa entrar em default técnico.
A notícia sobre a carta do Aurelius a outros credores saiu com exclusividade na Bloomberg no final da tarde de hoje.
Para o Aurelius, o “aviso de default” é uma medida de precaução que todos os credores deveriam adotar neste momento. Na carta, o fundo diz ainda que a Petrobras ficará excluída do mercado de dívida internacional até a normalização de suas divulgações financeiras.
A Petrobras tem cerca de 53,6 bilhões de dólares em bonds no mercado internacional.
Em 12 de dezembro, a Petrobras disse que seus credores concordaram com o adiamento do balanço até o fim de janeiro. Na carta, o Aurelius diz que aquele “perdão” só é válido para uma das emissões de dívida da empresa.