quinta-feira, 11 de junho de 2020

Bolsa americana tem pior dia em três meses com temor de segunda onda do vírus chinês

Ibovespa subiu 8,5% em maio Foto: Getty Images
Ibovespa subiu 8,5% em maio Foto: Getty Images


NOVA YORK - O mercado americano viveu um dos piores dias desde o início da pandemia provocada pelo vírus chinês, depois das recentes altas decorrentes do otimismo com a abertura da economia. O Dow Jones, principal índice da Bolsa de Nova York e o S&P 500 registraram a maior queda percentual desde meados de março. O Dow sofreu um tombo de  6,9%, enquanto o S&P, mais amplo, perdeu 5,89%. A Bolsa eletrônica Nasdaq recuou 5,27%. Pesaram as preocupações com uma segunda onda do novo coronavírus, depois de alertas preocupantes do Federal Reserve (Fed, o BC americano), na véspera.
Os Estados Unidos ultrapassaram o patamar de 2 milhões de casos de Covid-19. Na quarta-feira, o estado do Texas registrou 2.504 novos casos, o maior múmero para um dia desde o início da pandemia. Na Flórida, só esta semana foram 8.553 novos registros, de acordo com a Bloomberg News.
- O sentimento se tornou muito mais cauteloso -  disse Shawn Cruz, gerente sênior de estratégia de traders da TD Ameritrade. - Na verdade, começamos a obter dados que indicavam que as reabertura estão indo muito bem, e agora surgem notícias de que o processo de reabertura pode ser interrompido.
Na quarta-feira, o presidente do Fed, Jerome Powell, destacou que o impacto econômico da pandemia será sentido por um bom tempo, especialmente no mercado de trabalho.
- É um longo caminho - disse Powell, referindo-se aos mais de 20 milhões de americanos atualmente desempregados.
O presidente do Fed disse que a direção da economia ainda parece “altamente incerta”, e que “vamos aprender muito” nos próximos meses, à medida que os estados tentam reabrir suas economia.
O secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, afirmou ontem, em entrevista à rede CNBC, que os Estados Unidos “não podem fechar de novo a economia”, mesmo se houver outra onda de contágio pelo novo coronavírus.
Além da incerteza, os investidores reagem aos dados do seguro-desemprego, divulgado na manhã desta quinta. Mais de 1,54 milhão de pessoas pediram o benefício na semana passada.
- São principalmente os temores de uma segunda onda que aumentam, também tivemos o Fed ontem. Sua avaliação da economia foi um pouco mais fraca do que o esperado pelo mercado - disse Solita Marcelli, vice-diretora de investimentos da UBS Global Wealth Management nas Américas.
As companhias aéreas, as operadoras de cruzeiros e as ações de empresas de turismo, que vinham se recuperando, foram fortemente impactadas nesta quinta-feira. O índice do setor de aviação caiu 13,8%, enquanto a Boeing registrou a maior queda do Dow: 16,4%. No S&P, as maiores perdas foram da Norwegian Cruise Line e da Royal Caribbean Cruises, 16,5% e 14,3%, respectiamente.
Os preços do petróleo também sofreram um baque. O barril do tipo Brent, referência internacional, desabou 8,17%, a US$ 38,32, em Londres. Já o WTI perdeu 8,66%, a US$ 36,17, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex).
O Globo, com agências