CIDADO DE MÉXICO - Os ministros do Supremo Tribunal de Justiça do México concordaram voluntariamente nesta terça-feira em reduzir seus salários em 25% após uma batalha com o novo governo do presidente Andrés Manuel López Obrador.
"A Corte Suprema concordou, como medida de racionalidade dos gastos públicos, que a remuneração dos 11 ministros seja reduzida em 25%", disse o tribunal em um comunicado. O Supremo informou ainda que regulava "a remuneração de seus membros sob os princípios de eficiência, eficácia, economia, transparência e honestidade que a própria Constituição estabelece".
López Obrador, cujo partido, o Movimento de Regeneração Nacional (Morena), domina as duas casas do Congresso, chegou ao poder com um discurso de austeridade e contra os excessos da alta burocracia, que buscou se materializar com uma lei que afirma que ninguém ganhará mais do que os US$ 5.327 mensais.
O próprio presidente reduziu o próprio salário a 40% do que ganhava o antecessor e passou a receber US$ 5,5 mil por mês — bem abaixo dos salários que os burocratas de alto nível costumavam receber na Cidade do México. A nova lei estabelece a remuneração do presidente como teto para as do setor público.
A lei foi enfrentada pelo Supremo Tribunal que admitiu um recurso de inconstitucionalidade contra a regulamentação, apresentado por legisladores da oposição de López Obrador.
Em resposta, o presidente acusou os ministros da Corte de ganhar salários estratosféricos de até 600.000 pesos por mês (cerca de US$ 30.973), algo que os magistrados negaram.
Em 2018, os ministros da Suprema Corte tinham um salário anual bruto de 6,9 milhões de pesos, equivalente a cerca de 578.186 pesos por mês (cerca de US$ 29.900).
López Obrador tomou posse em dezembro e é o primeiro presidente de esquerda no México em décadas. Desde então, impulsiona uma série de medidas de corte de custos para financiar um aumento dos gastos sociais e projetos de infraestrutura.
