segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Levy diz que BNDES deve se adequar e defende combate ao patrimonialismo

O presidente do BNDES, Joaquim Levy, ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes Foto: Adriano Machado / Reuters
O presidente do BNDES, Joaquim Levy, ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes
 Foto: Adriano Machado / Reuters

O novo presidente do BNDES , Joaquim Levy , afirmou que o balanço da instituição ainda tem um volume exagerado de recursos da União e é preciso fazer uma adequação do retorno que a população recebe do dinheiro público aplicado. No passado, o governo aumentou a dívida pública para repassar esses recursos ao banco, que cobrava dos empresários um juro menor que aquele que o Estado pagava. A indicação dada pelo novo comandante do BNDES é que a instituição vai no caminho oposto: diminuir ainda mais o volume de recursos públicos no balanço do banco.

- Adequar o nosso balanço, que, hoje, a gente entende que há uma proporção exagerada, certamente menos que há quatro anos atrás, mas ainda ainda numa proporção exagerada de recursos do Tesouro e tem de ser adequado para adequar o retorno para a população -  falou o presidente do BNDES.

O banco já devolveu R$ 309 bilhões ao Tesouro Nacional dos R$ 416 bilhões repassados à instituição. Esse dinheiro não estava no caixa do Estado. Foi preciso emitir dívida pública para entregar os recursos à instituição financeira, que emprestava para os empresários com juros menores que os pagos na dívida original. Nessa conta não estão quase R$ 25 bilhões para o BNDESPar capitalizar a Petrobras. Há a perspectiva que o restante pode ser devolvido ainda neste ano.
Durante a cerimônia de posse, Levy repetiu parte do seu discurso quando assumiu o Ministério da Fazenda no segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff. Ele falou que o país tem de continuar a combater o patrimonialismo e que isso levará a uma maior liberdade, mais concorrência e maior qualidade de vida para a sociedade. 
No caso do banco de fomento, o governo Michel Temer -  além de devolver a maior parte dos recursos -  mudou a metodologia de cálculo dos juros cobrados pelo BNDES. Agora, eles refletem as taxas de mercado para crédito de longo prazo. 
—  O papel de continuar a combater o patrimonialismo (...), que é uma trava ao crescimento do país, à Justiça e à equidade -  ressaltou. 
—  O Brasil está na antessala de um novo ciclo de investimento e crescimento. 
Gabriela Valente, Marcello Corrêa, Eduardo Bresciani, Jussara Soares e Karla Gamba, O Globo