Dados há pouco divulgados pela Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo (Fiesp) revelam, porém, que as
exportações paulistas tiveram avanço de 11,8%, menos
que o aumento das vendas totais externas nacionais (19,3%)
As exportações do Estado de São Paulo tiveram um bom desempenho no primeiro semestre, alcançando US$ 28,7 bilhões, o que representa pouco mais de um quarto (26,6%) do total exportado pelo País (US$ 107,7 bilhões) no período. Dados há pouco divulgados pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) revelam, porém, que as exportações paulistas tiveram avanço de 11,8%, menos que o aumento das vendas totais externas nacionais (19,3%), sempre em relação ao mesmo período de 2016.
O descompasso pode ser explicado pelo peso relativo que o setor industrial tem na economia paulista, a mais diversificada do País, sendo o Estado também um grande produtor agrícola e de semimanufaturados. As exportações de manufaturados cresceram 10,09% no primeiro semestre de 2017, fortalecidas pelas vendas de aviões pela Embraer (US$ 1,7 bilhão). O resultado é inferior ao obtido pelas vendas de outros produtos.
Graças ao aumento substancial das cotações internacionais, as exportações de produtos básicos aumentaram bem mais (27,23%). Ocorreu o mesmo com as exportações de semimanufaturados (avanço de 17,54%). Essa evolução favoreceu mais, proporcionalmente, outros Estados, cuja receita de divisas é mais dependente da exportação de produtos agropecuários, minério de ferro e petróleo.
Embora diversos setores da indústria de transformação de São Paulo estejam mais voltados para a exportação, eles ainda enfrentam problemas para elevar a competitividade, o que lhes proporcionaria mais vendas externas. Mas, a despeito do custo Brasil e de menores benefícios fiscais para a exportação de manufaturas, a indústria tem buscado adaptar-se às circunstâncias. Como disse o diretor da Fiesp Thomaz Zanotto, a taxa de câmbio segue apreciada, mas, pelo menos, agora apresenta previsibilidade.
Enquanto as importações totais nacionais cresceram 7,3% em relação ao primeiro semestre de 2016, ficando em US$ 71,5 bilhões, as do Estado de São Paulo tiveram aumento de 4%, alcançando US$ 25,8 bilhões, ou 36,08% do total importado pelo País.
A dimensão do mercado consumidor paulista, que absorve proporcionalmente mais produtos importados, fez com que o superávit comercial do Estado ficasse em US$ 2,9 bilhões no primeiro semestre, 8% do obtido pelo País (US$ 36,2 bilhões).