Uso do paraíso fiscal ajudava a blindar o dinheiro
mantido em favor de Guido Mantega e do PT
Para abastecer o PT de dinheiro sujo, a JBS criou um canal específico nas Bahamas, revelam documentos obtidos com exclusividade por ÉPOCA. O paraíso fiscal era usado para blindar dinheiro de propina. A pedido da JBS, o banco JP Morgan criou duas empresas offshore, Formentera Holdings e Mustique Enterprises, cujas contas ficavam numa agência em Nova York, nos Estados Unidos. O saldo das contas superou US$ 150 milhões.
A fortuna ilegal foi construída a partir de um acordo celebrado entre Joesley Batista, sócio da JBS, e o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, representante do PT. Cada aporte feito pelo BNDES nas empresas do grupo – e foram muitos –, proporcionado pelo governo petista, custava um pedágio de 4%. Após cada liberação, a JBS calculava os 4% e depositava o valor correspondente, em dólares, em uma das contas, criadas em 2009 e 2010.
O dinheiro foi gasto na campanha de Dilma Rousseff à reeleição em 2014: Guido fazia os pedidos de pagamento, Joesley mandava liberar o dinheiro e debitar o valor correspondente das contas no Banco Julius Bär. Na campanha, a JBS gastou mais de R$ 330 milhões com o PT e seus aliados – dinheiro vindo da propina do BNDES.