Pedro Kirilos/Ag. O Globo | |
O vice-presidente Michel Temer em frente à sua casa, na zona oeste de São Paulo |
VALDO CRUZ
DANIELA LIMA
Folha de São Paulo
DANIELA LIMA
Folha de São Paulo
Uma ala da equipe do vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) defende que, entre as primeiras medidas de seu eventual governo, esteja o reajuste dos benefícios do programa Bolsa Família.
O peemedebista disse, por meio de interlocutores, que está nos seus planos melhorar os programas sociais, mas que ainda não há uma decisão porque, primeiro, é preciso avaliar se há espaço fiscal no Orçamento deste ano e se é possível fazer remanejamento de despesas.
Temer alega também que, antes, terá de definir seu ministro da Fazenda para analisar com ele a viabilidade do aumento, argumentando que o momento de crise não permite medidas irresponsáveis do ponto de vista fiscal.
Segundo um assessor, a medida não será adotada se envolver um novo aumento de despesa. A única possibilidade de concedê-lo seria cortar despesas de outros projetos para bancar o reajuste. O Bolsa Família teve o último reajuste em 2014.
Outras propostas estão sob a avaliação do vice, entre elas a adoção, no ano que vem, do que tem sido chamado de "Orçamento Base Zero", com o fim praticamente de todas as vinculações de despesas. Com isso, o projeto orçamentário viraria impositivo -ou seja, o que o Congresso aprovar deve ser cumprido.
EQUIPE
Temer afirmou na manhã desta terça (19) que "muito silenciosa e respeitosamente" vai "aguardar a decisão do Senado" o impeachment. "Seria inadequado que eu dissesse qualquer coisa antes da solução acertada pelo Senado Federal", disse Temer aos jornalistas em frente à sua casa, no Alto de Pinheiros, em São Paulo.
Apesar disso, nos últimos dois dias, o vice deflagrou uma série de conversascom empresários, dirigentes de entidades como CNA, Fiesp e Firjan, economistas e juristas. A todos, Temer tem pedido sugestões de nomes e medidas consideradas necessárias para a reorganização do país e da economia.
O vice também telefonou para Henrique Meirelles para marcar uma conversa pessoalmente. O ex-presidente do Banco Central nos anos Lula está nos EUA e chega na semana que vem. Ele lidera a bolsa de apostas para a Fazenda.
Temer também agendou conversas com outros nomes que podem participar de sua equipe econômica, como Marcos Lisboa, Murilo Portugal e Gustavo Franco. O peemedebista vai conversar também com o ex-ministro Delfim Netto, não para ocupar um cargo no governo, mas para discutir a conjuntura.
Apesar de ter determinado que aliados não falassem mais sobre nomes para seu eventual ministério, as conversas do vice têm dado algumas pistas de qual o caminho que ele pretende seguir.
Temer esteve nesta terça com o advogado Antônio Claudio Mariz de Oliveira, um dos cotados para assumir a Justiça. O economista-chefe do Itaú, Ilan Goldfajn, lidera apostas para o Banco Central.
O senador José Serra (PSDB-SP) integra as apostas para a equipe econômica, mas seu nome ganha força para a pasta da Educação.
Colaboraram PAULA REVERBEL e THAIS ARBEX