Na quarta-feira, o Radar TVeja cantou a bola: tinha sido aberta a caixa de Pandora das delações premiadas. Demorou menos de 24 horas para que viessem à tona os males do mundo. No caso, do governo Dilma Rousseff e do PT.
A delação do senador Delcídio do Amaral, ainda não homologada, acusa pela primeira vez a presidente da República de um crime de responsabilidade: usar nomeações para tribunais para tentar obstruir as investigações da Lava-Jato.
As negativas, ou melhor, evasivas do STF, do próprio senador e do Ministério Público sobre a existência ou não da delação é apenas formal: os agentes não podem falar sobre ela antes de homologada.
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Foi assim nos casos de Ricardo Pessoa e dos executivos da Andrade Gutierrez, por exemplo.
A entrevista de José Eduardo Cardozo tentando descredenciar Delcídion — que até ser preso era o líder do governo no Senado e dividiu com ele, Cardozo, o comando da CPI dos Correios — soa patética.
Da mesma forma, a nota confusa em que Dilma diz que seu governo tem compromisso com a lei mostra o grau de alheamento da presidente quanto à gravidade da situação de seu governo, que caminha para se tornar insustentável.
Já o ex-presidente Lula, que foi acusado por Delcídio de atuar na operação para calar Nestor Cerveró, estranhamente não usou seu blog de respostas à imprensa para comentar a delação de Delcídio.