A ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB), foi flagrada trocando mensagens de texto nesta quarta-feira em que afirma que ela e outros cinco ministros do PMDB pretendem se licenciar do partido para permanecer em seus cargos no governo de Dilma Rousseff. O diálogo foi registrado durante evento do programa Minha Casa Minha Vida e divulgado pelo jornal Folha de S.Paulo.
Segundo a publicação, a ministra informou seu interlocutor que a decisão foi tomada na casa de Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado. Nesta terça-feira, Renan Calheiros, que já havia sediado a reunião que selou a estratégia de o partido deixar, por aclamação, a base de apoio do governo petista, recebeu os ministros Eduardo Braga (Minas e Energia), Kátia Abreu (Agricultura), Marcelo Castro (Saúde) e Helder Barbalho (Portos) para discutir como eles poderiam burlar a regra estabelecida pelo PMDB de deixar os cargos de confiança do governo.
A notícia sobre a permanência dos ministros peemedebistas ocorre um dia depois de o PMDB ter desembarcado oficialmente do governo. Na reunião que anunciou o rompimento da legenda com o governo da presidente Dilma, na terça-feira, deputados da ala rebelde do PMDB avisaram que já preparam uma punição para os ministros que resistirem em deixar seus cargos: vão acionar a Comissão de Ética da legenda pedindo a expulsão dos governistas.
Após ter a troca de mensagens revelada, Kátia Abreu postou no Twitter que "continuará no governo e no PMDB". Mas admitiu que pode perder o cargo de ministra para que a presidente Dilma abrigue outros aliados em busca de votos contra o impeachment. "Deixamos a presidente à vontade caso ela necessite de espaço para recompor sua base", afirmou.