Numa metamorfose surpreendente, Alexandra Marcondes, ex-mulher de Pedro Paulo Carvalho –secretário-executivo da Prefeitura do Rio e candidato do PMDB à sucessão de Eduardo Paes–, tenta agora convencer a opinião pública e a Justiça de que não foi vítima de agressão dele, ao contrário: quem bateu foi ela.
O que a moça poderia ganhar com tal "giro radical", para usar a definição do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que pediu ao STF abertura de inquérito sobre o caso? Mais autonomia sobre a guarda da filha que tem com Pedro Paulo? Uma pensão mais caprichada? Paz de espírito, ao tentar evitar a condenação de um inocente?
O que Alexandra certamente ganhou foi antipatia de boa parte das mulheres –e de qualquer pessoa de bom senso– e a desconfiança da Justiça, uma vez que registrou em cartório três versões diferentes do incidente, incluindo uma em que negava que ele tivesse acontecido.
O ex-casal insiste em pedir que o assunto fique no âmbito pessoal, até para "preservar emocionalmente nossa filha"; é um contrassenso, dado que Pedro Paulo busca exposição como qualquer candidato a prefeito e vai ser questionado até o fim pelo crime e pelas mentiras. E isso sem que a campanha tenha começado.