António Costa foi forçado a renunciar após a prisão do chefe de gabinete
O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, apresentou a renúncia após vir à tona o escândalo que investiga suspeitas de corrupção ligadas à exploração dos minérios de lítio e hidrogênio verde.
António Costa anunciou a decisão em comunicado televisivo após comunicar a renúncia formalmente ao presidente Marcelo Rebelo de Sousa, que convocou o Conselho de Estado para tratar da demissão.
Já no pronunciamento, Costa afirmou estar “totalmente disponível para cooperar” com a Justiça. O primeiro-ministro , que liderava um governo de maioria no Parlamento à frente do Partido Socialista, afirma que a consciência está tranquila, porém não se candidataria ao posto de primeiro-ministro novamente.
Além de Costa, o ministro João Galamba das Infraestruturas e o presidente da agência ambiental APA, Nuno Lacasta, foram apontados como suspeitos e devem responder nos tribunais. O Ministério Público permitiu busca e apreensão, nesta terça-feira (07), nas residências e no gabinete do primeiro- ministro e do gabinete do Ministério do Meio Ambiente e na casa do ministro João Galamba.
O Ministério Público confirmou por meio de nota que cinco pessoas foram detidas no âmbito da investigação. Uma delas seria Vitor Escária, chefe de gabinete do primeiro-ministro. O consultor empresarial Diogo Lacerda Machado, amigo de Costa, também teria sido preso.
Investigação
O Ministério Público de Portugal investiga um escândalo de corrupção e tráfico de exploração dos minérios de lítio no norte do país europeu é um projeto para a criação de uma central de hidrogênio no porto de Sines e o investimento em um data center na região.
A suspeita é de que tenham sido cometidos crimes de prevaricação, corrupção ativa e passiva de políticos e tráfico de influência, afirmou o MP português em nota.
Durante as investigações, os agentes tomaram conhecimento de que os suspeitos usaram o nome e a autoridade de Costa para “desbloquear procedimentos” relacionados com os negócios. E acrescentaram que o Supremo Tribunal analisará o possível papel de Costa nos negócios.
Diário do Poder