quarta-feira, 14 de novembro de 2018

'Vou dizer ao Rodrigo Maia que há outros também muito bons', afirma Bolsonaro sobre sucessão na Câmara

Jair Bolsonaro deve anunciar oitavo ministro ainda nesta quarta Foto: Adriano Machado / REUTERS
Jair Bolsonaro deve anunciar oitavo ministro ainda nesta quarta Foto: Adriano Machado / REUTERS

O presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou que pretende discutir no encontro que terá comRodrigo Maia na manhã desta quarta-feira a sucessão do comando da Câmara dos Deputados de maneira tranquila, visando a boa relação que deseja ter com o Congresso. Em entrevista à TV Record, Bolsonaro disse que não quer interferir nas eleições na Mesa como um todo, mas que dirá a Maia que existem "outros candidatos" a presidente da Casa, e que deve esperar a bancada se reunir em fevereiro.

—  Obviamente o motivo do café da manhã... o Rodrigo tem os seus interesses e eu tenho os meus; nós não vamos interferir nas eleições na Mesa como um todo, até porque nós não reunimos a bancada ainda, a bancada é em fevereiro. Então, esse é o recado que vou dar para o Rodrigo Maia. Não tenho nada a me opor a ele, existem outros candidatos também muito bons se lançando e nós vamos esperar a bancada, afinal de contas o presidente não pode se envolver diretamente nessa questão. Isso não é bom para o governo - afirmou ciente de que ele pretende se reeleger no cargo.

Na semana retrasada, Bolsonaro disse, durante uma entrevista na sua casa no Rio de Janeiro, que o seu partido, o PSL, deveria ter “humildade” e não pleitear a presidência da Câmara. Para Bolsonaro, um deputado de outro partido, comprometido com a agenda legislativa do seu governo, pode ser eleito para comandar a Casa a partir de fevereiro de 2019. Ele citou quatro nomes : Alceu Moreira (MDB-RS), João Campos (PRB-GO), Fernando Giacobo (PR-PR) e o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Bolsonaro disse também que pretende divulgar, ainda nesta quarta-feira, o nome escolhido para assumir o ministério das Relações Exteriores, além de participar de uma reunião com o General do Exército Fernando Azevedo e Silva, que assumirá a pasta da Defesa . Ele afirmou ainda querer utilizar o dinheiro das loterias federais para reforçar o orçamento da área de Segurança Pública.

Segurança

"Se não trancarmos a pauta agora, o Moro começa o ano que vem sem recurso para tratar grande parte daquilo que ele pretende fazer, que é o combate à corrupção e ao crime organizado. Algumas pessoas acham que a gente deve interferir no orçamento. Não tem como chegar no orçamento, mesmo com a boa vontade do presidente da comissão. Para tirar alguns milhões de um canto e botar no outro, você vai desagradar outros setores, haverá uma gritaria enorme na Câmara. Sabemos como isso funciona, e estamos nos preparando para receber nessas condições a partir do ano que vem."

Novo Ministério

"Talvez saia hoje (nome do oitavo ministro). Talvez seja das Relações Exteriores. Está bastante avançado nessa questão. E acho que será uma unanimidade o nome desse jovem ministro para o ministério das Relações Exteriores. Eu estive com ele duas vezes nos últimos dias, e meus filhos estiveram mais vezes, e estivemos com mais gente interessada, não foi apenas esse que devemos anunciar hoje à noite. Outros interessados de igual porte, que merecem toda a consideração, também foram ouvidos. Eu falei com ele ontem uma palavra muito importante, que é iniciativa. Nós temos que botar o ministério para funcionar. Dar uma sacudida nos ministérios, porque há uma certa acomodação. Para que aquele ministério produza algo para o Brasil, e o das Relações Exteriores, obviamente, é importantíssimo: identificar embaixadas, as mais importantes para nós. Se for caso, trocar algum embaixador, para que o comércio em especial seja feito com muito mais ênfase."

Reunião com governadores

"Primeiramente, eu fiquei sabendo dessa reunião depois que ela foi marcada. Vou comparecer por motivo de consideração aso governadores. O que eles querem eu também quero. Vários estados estão em situação bastante complicada, e o Brasil também. Pretendemos ouvir a demanda da parte deles, e vamos passar para a nossa equipe econômica ver qual a solução que pode ser dada para essa questão. Quando se fala em reformas, eles têm que colaborar, porque não existe governador que não tenha deputados e senadores no seu time, precisando de voz para mudar essas questões no país."

Ministério do Trabalho

“O mais importante é que a legislação trabalhista está preservada. Não interessa se vai ter status de ministério ou não, então pouco tem a ver. Você pode botar ministério ‘disso, disso e do trabalho’, ou então como uma secretaria embaixo de um ministério qualquer, não influencia em absolutamente nada. Agora, uma coisa que todo mundo sabe, esse ministério foi largamente utilizado para ações não republicanas ao longo dos últimos anos. Inclusive, há um festival de denúncias em cima desse ministério que faz tudo, menos se preocupar com o trabalho.”

O Globo