quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Sergio Moro aceita convite para Ministério da Justiça do governo Bolsonaro

O juiz Sergio Moro aceitou nesta quinta-feira (1) convite para assumir o Ministério da Justiça do governo de Jair Bolsonaro.
Responsável pela Lava Jato em Curitiba, o juiz Sergio Moro foi sondado para compor o ministério de Jair Bolsonaro (PSL) ainda durante a campanha.
O juiz Sergio Moro em voo para o Rio de Janeiro para encontro com o presidente eleito, Jair Bolsonaro
O juiz Sergio Moro em voo para o Rio de Janeiro para encontro com o presidente eleito, Jair Bolsonaro - Estelita Hass Carazzai/Folhapress
Segundo o vice do presidente eleito, general Hamilton Mourão, a primeira abordagem aconteceu há algumas semanas.
“Isso já faz tempo, durante a campanha foi feito um contato”, afirmou, em conversa nesta quinta-feira (31), no Rio.
De acordo com o general, o responsável por contatar o juiz foi o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes.
Eleito presidente no domingo, Bolsonaro recebeu Moro na manhã desta quinta-feira (1), no Rio de Janeiro.
A sinalização do magistrado, de aceitar ser ministro, foi alvo de críticas de parte da classe política. O candidato a presidente derrotado Ciro Gomes (PDT) chegou a dizer que Moro era "aberração de toga".
Em nota, o novo ministro disse que aceitou o convite para o Ministério da Justiça e da Segurança Pública na gestão Bolsonaro após uma reunião para discutir políticas para a pasta.
"Fiz com certo pesar, pois terei que abandonar 22 anos de magistratura. No entanto, a perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito a Constituição, a lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão. Na prática, significa consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior", disse Moro.
A Operação Lava Jato seguirá com os juízes de Curitiba. Moro afirmou que se afastará das novas audiências e que mais detalhes serão fornecidos em coletiva de imprensa na próxima semana.


Talita Fernandes, Folha de São Paulo