O dado do instituto é mais complexo e leva em conta mais detalhes do que o BC, que é usado pelo mercado apenas como uma sinalização do que será anunciado um mês depois pelo IBGE. Segundo o BC, o resultado veio maior do que o esperado porque o desempenho do país em setembro não foi tão ruim quanto se imaginava.
No mês, o IBC-Br recuou 0,09% na passagem de agosto para setembro. O resultado superou o esperado pelo mercado, que apostava numa queda de 0,21%. Para os economista do Bradesco, por exemplo, a aposta era ainda mais pessimista e chegava a uma queda de 0,4% da atividade. Nesta manhã, a instituição divulgou um comunicado em que diz que o número divulgado pelo Banco Central nesta sexta-feira sugere um crescimento de 0,5% do PIB do terceiro trimestre, com uma “transição moderada” para o quarto trimestre do ano.
Um dos dados que levou o Bradesco a esperar um resultado pior em setembro foi o desempenho do setor de serviços, que avançou 0,5% na comparação com o mesmo período de 2017, segundo a pesquisa do IBGE, divulgada na quarta-feira. Esse resultado foi inferior ao esperado pelo mercado, que era uma alta de 1,2%.
O IBC-Br foi criado pelo BC para ser uma referência do comportamento da atividade econômica que sirva para orientar a política de controle da inflação pelo Comitê de Política Monetária (Copom), uma vez que o dado oficial do Produto Interno Bruto (PIB) é divulgado pelo IBGE com defasagem em torno de três meses. Tanto o IBC-Br quanto o PIB são indicadores que medem a atividade econômica, mas têm diferenças na metodologia.
O indicador do BC leva em conta trajetória de variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (indústria, agropecuária e serviços).
Já o PIB é calculado pelo IBGE a partir da soma dos bens e serviços produzidos na economia. Pelo lado da produção, considera-se a agropecuária, a indústria, os serviços, além dos impostos. Já pelo lado da demanda, são computados dados do consumo das famílias, consumo do governo e investimentos, além de exportações e importações.
Gabriela Valente, O Globo