Ele tem dito a interlocutores que o anúncio deve ser feito assim que a decisão for tomada, a exemplo do que aconteceu com a nomeação de Joaquim Levy para o comando do BNDES. Promete também que não deve demorar para chegar a um nome.
A principal definição aguardada pelos agentes do mercado financeiro, entretanto, é a do Banco Central. Ilan Goldfajn tem de decidir se ficará ou não no cargo. Enquanto não sinaliza, Paulo Guedes tem elogiado bastante um dos pretendentes à cadeira: Roberto Campos Melo. Nos bastidores, tem repetido que é um economista excelente, mas não fala qual será sua colocação no novo governo.
O economista ainda sem cargo que é mais próximo de Guedes é Carlos Von Doellinger. Ele era um dos cotados para ser o secretário do Tesouro Nacional no governo do Tancredo Neves, mas como o presidente morreu, não assumiu. Guedes repete nos bastidores que se ele tivesse ocupado o posto naquela época, o Brasil não tinha entrado numa hiperinflação porque seu lema era cortar gastos. A expectativa é que ele tenha um lugar de destaque na equipe econômica. Não deve ser convidado para o mesmo cargo que postulava há décadas atrás.
Toda essa indefinição tem causado um problema prático para o governo. O ministro do Planejamento, Esteves Colnago, espera que a nova organização seja estabelecida para que todo o arranjo institucional seja feito. É preciso mudar todo o orçamento para adaptar as contas ao novo desenho institucional com mudanças e fusões de ministérios e secretarias.
- Tem de ajustar o orçamento para que ele fique o mais adequado possível para o próximo governo. Destacamos a importância de ter o mais rápido possível o que já está maduro em relação à estrutura - contou Colnago ao sair do encontro com Guedes na tarde desta terça-feira.
Gabriela Valente, O Globo